O tribunal de Moscou condenou à revelia o coronel das Forças Armadas da Ucrânia, Nikolay Dzyaman, pelo caso da destruição de um avião russo no espaço aéreo da Rússia. Isso foi informado à agência russa estatal TASS pelo serviço de imprensa do Comitê de Investigação.
O avião de alerta aérea antecipado Beriev A-50, a versão de radar aéreo do cargueiro militar Ilyushin IL-76, foi abatida em fevereiro deste ano na região de Krasnodar, perto do Mar de Azov e vizinho à Crimeia.
A bordo estavam 10 tripulantes e todos morreram quando um míssil MIM-104 Patriot atingiu a aeronave que ainda estava sobrevoando território russo. Inicialmente, Moscou afirmou que se tratava de um problema técnico que causou a queda da aeronave, que foi vista por moradores em caindo chamas e com destroços caindo em um quintal.
Local civilian allegedly looking at the remnants of the A-50 plane somewhere at "Borets Truda" farm in Krasnodar Krai. pic.twitter.com/o1wbgvYxHc
— WarTranslated (Dmitri) (@wartranslated) February 23, 2024
Agora, com esta condenação, oficialmente, a Rússia confirmou que a aeronave foi abatida, mais especificamente pela 138ª Brigada de Mísseis Antiaéreos.
“O Tribunal Distrital de Khamovniki, em Moscou, aceitou o pedido do investigador do Departamento Principal de Investigação Militar do Comitê de Investigação da Federação Russa para a prisão preventiva à revelia do comandante da 138ª Brigada de Mísseis Antiaéreos (unidade militar A4608) das Forças Armadas da Ucrânia, coronel Nikolay Dzyaman”, disse o órgão.
Dzyaman é acusado à revelia de cometer um ato terrorista que resultou na morte de várias pessoas (art. 205, parte 3 do Código Penal da Federação Russa).
Como especificado pelo Comitê de Investigação, em 23 de fevereiro de 2024, o espaço aéreo da Rússia estava sendo patrulhado por um avião das Forças Aeroespaciais da Federação Russa. O coronel Dzyaman deu a seus subordinados o que foi considerado na Rússia uma ordem ilegal para destruir essa aeronave. Essas ações resultaram na morte de 10 membros da tripulação e na destruição do avião. Dzyaman foi colocado na lista de procurados a nível federal.
Por ser uma aeronave de radar aéreo que identifica alvos, o A-50 é considerado um alvo legítimo a ser derrubado durante uma guerra, segundo os principais tratados internacionais que regem as chamadas “leis de guerra”.