Hong Kong proibirá passageiros de companhias aéreas locais de usarem ou recarregarem powerbanks a bordo, após um incidente em um voo da Hong Kong Airlines na semana passada, quando um desses dispositivos superaqueceu e provocou um incêndio no compartimento de bagagem de mão.
Em um comunicado, o Departamento de Aviação Civil de Hong Kong (CAD) afirmou estar “altamente preocupado” com uma série de incidentes recentes envolvendo power banks e outros dispositivos eletrônicos alimentados por baterias de lítio em diversas companhias aéreas ao redor do mundo.
Um dos casos mais graves ocorreu em janeiro, quando um Airbus A321 da Air Busan, que se preparava para decolar no Aeroporto Internacional de Gimhae, na Coreia do Sul, teve um incêndio a bordo causado pelo superaquecimento de um power bank de um passageiro.
As chamas se espalharam rapidamente, gerando fumaça na cabine e forçando uma evacuação de emergência na pista. Sete passageiros e tripulantes ficaram feridos durante a evacuação e devido à inalação de fumaça. A aeronave foi completamente destruída pelo fogo.
Após esse incidente, a Coreia do Sul proibiu passageiros de armazenar powerbanks nos compartimentos superiores, permitindo que esses dispositivos fiquem sempre visíveis e possam ser rapidamente removidos caso superaqueçam.
No entanto, algumas companhias aéreas internacionais adotaram medidas ainda mais rigorosas para reduzir o risco de incêndios a bordo. A partir de 1º de abril, a Singapore Airlines e a Malaysia Airlines proibirão passageiros de guardarem powerbanks nos compartimentos superiores e de utilizá-los para carregar dispositivos ou recarregar os próprios power banks durante o voo.
A nova diretriz do Departamento de Aviação Civil de Hong Kong segue as mesmas regras, mas só entrará em vigor em 7 de abril.
“O CAD se reuniu com representantes das companhias aéreas locais na última sexta-feira (21 de março) e emitiu um novo aviso nesta segunda-feira (24 de março) para atualizar os regulamentos sobre o transporte e uso de power banks por passageiros, com o objetivo de aprimorar a segurança da aviação”, informou o órgão em comunicado.
“A partir de 7 de abril, as companhias aéreas locais não deverão permitir que passageiros utilizem power banks para carregar outros dispositivos eletrônicos ou recarreguem esses dispositivos durante o voo. Além disso, o armazenamento de powerbanks nos compartimentos superiores também será proibido”, acrescentou o comunicado.
As novas regras afetarão principalmente a Cathay Pacific, Hong Kong Airlines, Greater Bay Airlines e a low-cost HK Express. No entanto, companhias aéreas estrangeiras que operam voos para Hong Kong não serão obrigadas a segui-las.
A preocupação com o risco de superaquecimento de dispositivos alimentados por baterias de lítio tem crescido entre as companhias aéreas, especialmente quando esses aparelhos se perdem nos assentos e podem ser danificados pelo movimento da poltrona.
No fim de semana, um voo da Air France que partiu de Paris-Orly precisou retornar à capital francesa após um passageiro perder seu celular a bordo. Após uma busca intensa pelo dispositivo, os pilotos decidiram que era muito arriscado cruzar o Atlântico sem localizar a bateria de lítio possivelmente danificada.
A aeronave, um Boeing 777 com centenas de passageiros, retornou a Paris, onde engenheiros desmontaram um assento para recuperar o celular antes de liberar o avião para continuar sua viagem.
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