Após blefe sobre Londres, Virgin Atlantic cria planos para um hub em Manchester

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Ao que parece, o colapso da Thomas Cook tem gerado oportunidades para outras empresas aéreas do Reino Unido, que vêm mordendo o pedaço do bolo deixado pela operadora turística (que era) mais antiga do mundo. Depois da TUI, agora é a vez da Virgin Atlantic anunciar uma expansão inesperada em Manchester, conforme reporta o Travel Weekly.

Segundo o jornal, a Virgin Atlantic planeja se apoiar em dois pilares que foram notícia recentemente para tornar o aeroporto de Manchester num hub internacional de sua rede, com mais rotas de longo curso a partir dali.

Um desses pilares é a grande soma de rotas regionais conquistadas recentemente, após o acordo para iniciar a operação da Virgin Connect (novo nome da FlyBe, resultado de um consenso dos investidores, incluindo a Virgin), enquanto que o outro pilar é o hiato deixado pela Thomas Cook por ali.

Mais de 300 voos regionais através da Virgin Connect

Após alguns meses de negociação, o grupo do qual a Virgin faz parte anunciou na semana passada o novo nome da transportadora regional Flybe, que se torna Virgin Connect, e que tem mais de 300 voos em Manchester, sejam rotas regionais e domésticas. Durante um evento de celebração pela incorporação da Virgin Connect, o executivo declarou:

“Nós estaremos oferecendo mais voos para determinados destinos já no próximo inverno e estamos definitivamente explorando o potencial que se abriu em Manchester. Esse era originalmente o nosso plano, mas a morte da Thomas Cook nos dá uma oportunidade. Manchester é definitivamente a nossa segunda casa e é uma região que é mal servida tanto nos negócios como nas rotas de lazer. Esperamos desenvolver ainda mais a conectividade por aqui e estamos iniciando os voos já no próximo verão”, relatou o executivo.

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De fato, a empresa tem a possibilidade de explorar todo o potencial dos voos regionais para alimentar os voos de longo alcance. Atualmente, a Virgin já opera algumas rotas a partir de Manchester, como é o caso da consagrada rota Manchester-Los Angeles, que tem visto uma ocupação de 85%, maior do que a média da companhia, de cerca de 80%.

Conectividade é a palavra da vez

Conectividade é a mensagem geral da Virgin que, assim como o acordo da Flybe, também entrou numa joint-venture com a Air France-KLM e a China Eastern, bem como celebrou um acordo de codeshare com a transportadora brasileira GOL para se conectar à nova rota de Heathrow para São Paulo, começando na próxima primavera britânica (Março de 2020).

Além dos acordos, a companhia aérea também quer aumentar a sua conectividade em Heathrow, onde a Flybe tem apenas 12 slots. Jarvinen disse que isso era mais difícil por causa da alocação de slots, que a Virgin Atlantic há muito tempo alega ter sido injustamente concedida para sua rival, a British Airways. O executivo reiterou os apelos do CEO Shai Weiss, para que Heathrow aloque mais vagas para os concorrentes da BA quando a terceira pista de Heathrow for construída.

Recentemente, a Virgin havia anunciado o plano de uma expansão gigante em Londres, mas isso foi recebido pelo mercado como um grande blefe para pressionar o governo britânico a redistribuir os slots de Heathrow. Veja mais sobre isso na história abaixo:

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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