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Após caminhos diferentes, gêmeos idênticos se tornam pilotos da mesma empresa e conseguem voar juntos

Imagem: Satu Kemppainen / Finnair

Jesse e Juuso Sillanmäki cresceram em Nokia, que fica perto da base militar de Pirkkala, no sul da Finlândia. Refrescando-se do lado de fora depois uma sauna em família quando crianças, os meninos puderam ver luzes no céu vindas de uma aeronave.

“Eu me lembro desses momentos, mas a ideia de que eu poderia realmente pilotar aviões só veio muito mais tarde”, diz Jesse.

Depois de terminar o ensino médio, os dois meninos fizeram seu treinamento militar na base de Utti, no leste da Finlândia, onde ambos treinaram como pára-quedistas. “Isso significava pular de helicópteros e deslizar por cordas e coisas assim, então realmente evoluiu a partir daí”, diz Juuso.

Ambos os irmãos dizem que o treinamento de pára-quedista foi outro passo importante no caminho para se tornarem pilotos. E é aqui que esses caminhos divergiram. Mas não por muito.

Duas viagens separadas levam à Finnair

Após o serviço militar, Jesse se inscreveu na Academia de Aviação Finlandesa para começar a treinar como piloto e Juuso rumou para a Austrália com um amigo para surfar.

Quando voltou, Juuso estudou engenharia civil e trabalhava em um armazém de cargas que estava sendo construído ao lado do aeroporto de Helsinque. Ele passou muito tempo no telhado do local, até que um dia observou Jesse pousar. “Foi lá que decidi que também queria ser piloto”, diz Juuso.

Ele se inscreveu na mesma escola de aviação que Jesse e se formou três anos depois de seu irmão. Como a Finnair não estava contratando novos pilotos naquela época, os dois gêmeos tiveram que encontrar outro trabalho depois da escola de voo.

Jesse voltou para Nokia para pilotar pequenos aviões no aeroporto de Pirkkala. Não foi o trabalho mais glamoroso, mas ele considera que foi divertido. “Eu fazia coisas como contar alces na floresta, despejar vacinas orais para animais, contar focas ao longo da costa e medir a qualidade do ar – às vezes a 60 metros do solo”, conta Jesse.

Juuso, por sua vez, conseguiu um emprego na Ryanair voando por toda a Europa.

Em 2016, os gêmeos foram finalmente recrutados para a Finnair, coincidentemente na mesma sequência de seu nascimento. “Jesse nasceu 13 minutos antes de mim e era o nome que estava bem na frente do meu na lista quando fomos recrutados”, lembra Juuso.

O encontro de dois irmãos no ar

Hoje, Juuso voa Airbus A330 e A350 e Jesse voa A320 e A330.

Se você está se perguntando se eles já voaram juntos, isso aconteceu, mas só uma vez até agora, em um voo de Helsinque para Bangkok. Percebendo que estavam programados para voar em datas semelhantes, eles pediram a outro piloto que trocasse de voo com Jesse para que pudessem voar juntos.

Antes da decolagem, o comandante, que havia treinado os gêmeos, brincou: “Ok, não vou conseguir diferenciar vocês, então nada de truques hoje”.

O voo correu bem e foi um momento – ou melhor, umas 12 horas – para recordar. “Foi como se os caminhos separados que tomamos realmente se juntassem naquele voo. Desde ver Jesse sobrevoar o armazém de carga até voarmos juntos em um Airbus A350 para a Tailândia, foi definitivamente um momento especial”, recorda Juuso.

Já se passaram sete anos desde que os gêmeos se tornaram pilotos da Finnair e ambos amam o que fazem. “Há tantas pessoas que se aposentam da Finnair depois de passar 30 ou 40 anos aqui”, diz Jesse. E isso, dizem os dois irmãos, é uma prova da história de cem anos da Finnair e da forte comunidade de mais de 850 pilotos.

Mas há uma desvantagem em trabalhar no céu. “Quando você passa 10 horas em um pequeno cockpit, pode ter conversas realmente profundas nas quais compartilha muitos detalhes sobre sua vida”, lembra Juuso. Mas como as tripulações estão mudando constantemente, pode levar meses ou até anos até que você encontre os mesmos tripulantes em outro voo. “Às vezes é difícil não poder continuar de onde parou”, lamenta Jesse.

Felizmente, Jesse e Juuso Sillanmäki sabem melhor do que ninguém que, se você esperar o suficiente, muitos caminhos têm uma maneira engraçada de se cruzar novamente em algum ponto da jornada.