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Após destruído no Galeão, DC-3 da Varig ‘volta à vida’ em bela miniatura com luzes e motores

A miniatura do DC-3 em funcionamento, em cena do vídeo abaixo

Pouco mais de dois anos atrás, em janeiro de 2020, ganhou destaque a demonstração de desrespeito e irresponsabilidade para com a história da aviação brasileira e mundial, quando o clássico avião Douglas DC-3 de matrícula PP-VBF, que pertenceu à VARIG e até ao famoso Howard Hughes, foi destruído dentro da área restrita do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão.

Fotos feitas por pessoas que trabalhavam no local circularam rapidamente pelas redes sociais e em grupos de Whatsapp, provocando grande revolta entre aqueles que gostam da aviação, tendo-a ou não como sua fonte de renda. Na ocasião, o AEROIN recebeu dezenas de mensagens pedindo por uma busca pelas razões que levaram a isso, e não à preservação da aeronave.

Embora o triste fato tenha apagado parte relevante da história da aviação, a partir de agora ao menos a memória do PP-VBF será mantida, através de uma bonita miniatura, com luzes e conjunto motopropulsor funcionais, que ficará em um lugar muito especial.

Conforme reporta Rubem Oscar Bürgel, do projeto VARIGVIVE, e mostra em vídeo e imagens, o lendário Douglas DC-3 está de volta.

“VARIGVIVE adquiriu um modelo de tamanho menor, batizou-o como VICTOR BRAVO FOX, deu-lhe vida, instalando luzes e motores para girar suas hélices. Desta forma, receberá a justa homenagem e irá se tornar uma estrelinha permanente nos céus da Serra Gaúcha. A cópia desta clássica aeronave estará exposta no 1° Fórum de Aviação na Serra Gaúcha, em Nova Petrópolis-RS, em 23 de outubro”, descreve Oscar, na legenda do vídeo a seguir:

Imagem: Rubem Oscar Bürgel

Relembrando o que aconteceu

A aeronave estava em uma área privativa, dentro do aeroporto do Galeão, em um lote próximo ao hangar da TAP M&E e da GE Celma, e foi picotada como ferro-velho. E em meio ao clima de chateação e revolta que tomou conta da comunidade aeronáutica brasileira, um sindicato ainda tentou defender o indefensável.

A Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (FENTAC), ligada à CUT, em um post em sua página, afirmou que o avião estava com corrosão em 100% da estrutura externa e que a RIOgaleão, que administra o aeroporto, estava cobrando aluguel da área onde o DC-3 estava exposto.

A cobrança seria feita contra a Massa Falida da VARIG, a EX Aviation Center, e pela suposta dívida, a massa se viu forçada a demolir a aeronave para devolver a área para a RIOgaleão – que negou esse fato.

Na ocasião, a RIOgaleão informou:

“O RIOgaleão esclarece que a aeronave em questão estava localizada em uma área cedida pela concessionária, sobre a qual não havia gerência da administração do aeroporto. A EX Aviation Center, responsável pela massa falida da Varig, conduziu todo o processo de remoção. Mais esclarecimentos devem ser feitos com os responsáveis pela massa falida da empresa.”

Em tom jocoso, a FENTAC ainda chamou de “saudosistas” aqueles que se sentiram ofendidos pela destruição do histórico DC-3 e finalizou dizendo que a decisão foi acertada.

Ele tinha muita história

Segundo o Projeto DC-3, essa aeronave foi entregue inicialmente pela Douglas à USAF em 1942. Depois, voou na Hughes Tool, tendo sido propriedade do lendário milionário Howard Hughes, criador do Constellation e fundador da TWA. Por fim, o avião acabou na VARIG, onde transportou passageiros, mercadorias e até vítimas de um acidente aéreo em Bagé, no Rio Grande do Sul.

Seu último voo aconteceu em 18 de agosto de 1971, de Congonhas para o Santos Dumont. Depois disso, foi inteiramente restaurado pela VARIG Engenharia e Manutenção e colocado como decoração no aterro do Flamengo, entre as ruas Ferreira Viana e Correia Dutra, no Rio de Janeiro, onde ficou por 30 anos.

Foi alvo de vândalos e moradia para mendigos, e acabou então retirado daquele local e colocado no jardim de frente a um edifício da Fundação Ruben Berta, no Aeroporto do Galeão.

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