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Com voos ao Brasil, empresa aérea surge no Panamá, com mesma pintura, após fim na Venezuela

A aposentadoria de todos os aviões de uma companhia aérea da Venezuela levantou dúvidas, e agora uma empresa “muito parecida” aparenta estar substituindo-a, porém, no Panamá.

MD-10-30F nas cores da CargoThree – Imagem: Divulgação

A venezuelana Transcarga era a única operadora do antigo jato Airbus A300 na América do Sul, com apenas duas aeronaves, que até faziam voos esporádicos para o Brasil, sempre chamando a atenção quando vinham ao país.

E como noticiado ontem pelo AEROIN, a companhia da Venezuela havia anunciado a aposentadoria dos seus dois A300, que eram seus únicos aviões. Porém, em seu Instagram, a companhia afirmou que iria começar a voar com o MD-10, a versão do DC-10 modificada para o padrão de cockpit/instrumentos do MD-11, sem engenheiro de voo.

A empresa venezuelana não deu detalhes de quantos aviões seriam, nem quando começariam a operar, mas correram informações pelo meio aeronáutico que seriam oriundos da FedEx, companhia cargueira americana que fez o pedido para que a Boeing criasse a atualização MD-10.

Ainda assim, nenhum banco de dados oficial ou nem não-oficial apontou quais aviões iriam para a Transcarga, que hoje está com operações suspensas por ter aposentados os seus A300.

Mas um perfil de nova empresa aérea surgiu no Instagram recentemente, a CargoThree, que tem exatamente o mesmo esquema de cores da Transcarga, com um site praticamente igual (utilizando o mesmo modelo), e com anúncio, em espanhol, da chegada de aviões MD-10, exatamente como comentado pela venezuelana.

As coincidências saltam aos olhos, bem como os destinos anunciados: Manaus, Campinas/Viracopos, Buenos Aires, Santiago do Chile, Lima e Bogotá, que já eram operados pela Transcarga. E mais do que isso tudo: ambas fazem parte do JMB Aviation Group.

O provável propósito por trás da evidente transferência da Venezuela para o Panamá seria uma maneira de a empresa evitar ser embargada pelos Estados Unidos, devido às relações do governo venezuelano com o Irã e possíveis organizações terroristas, que levaram à apreensão de um Jumbo cargueiro de uma companhia irmã da Transcarga, a Emtrasur, na Argentina.

Com registro panamenho, além de se beneficiar de economia em impostos, a empresa não seria sancionada e teria mais portas abertas, permitindo um acesso maior principalmente ao mercado americano, de onde pretende operar de Miami para Campinas/Viracopos, Manaus e outros destinos sul-americanos.

MD-10-30F nas cores da CargoThree – Imagem: Divulgação

A operação na Venezuela continuaria com empresas parceiras através da The International Air Cargo Association – TIACA. Esta associação reúne várias empresas cargueiras, inclusive latinas, e promove a integração e melhoria do serviço de carga aérea.

Até o momento, outros detalhes não foram divulgados, mas, segundo o próprio perfil da empresa, os MD-10 terão capacidade de levar 70 toneladas de carga em voos de até 10 horas de duração, incluindo cargas comuns e até animais vivos.

Inclusive, no passado recente, um jato A300 da mexicana AeroUnion, hoje única operadora do modelo na América Latina, chegou a ser pintado nas cores da CargoThree em 2021, como mostrado pelo AEROIN em maio de 2021.

A CargoThree não chegou a operar a aeronave de fato, mas rumores apontaram que a empresa foi criada apenas para mover carga da Venezuela para os EUA e vice-versa, após o então presidente americano Donald Trump proibir os voos cargueiros diretos entre os países. E essa necessidade de troca de país parece ter ficado mais necessária após o caso da Emtrasur.

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