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Após Itália banir a Mahan Air, rival Iran Air mostra que é rápida no gatilho

Após a Itália anunciar que banirá em breve a companhia aérea iraniana Mahan Air por pressão dos EUA, que acusam a empresa de apoio aos inimigos na Síria, a rival Iran Air mostrou que é rápida no gatilho.

Avião Airbus A330 Iran Air
Airbus A330 da Iran Air – Imagem: Clément Alloing

A empresa tradicional do Irã, que já operou para Roma no passado, anunciou que retomará os voos para a capital da Itália já a partir de 2 de dezembro, a pedido dos iranianos que moram em Roma, anunciou o diretor geral de relações públicas da Iran Air, Massoumeh Asgharzadeh.

Em declarações à IRNA, o diretor disse que os voos de Teerã para Roma serão operados às segundas e quintas-feiras todas as semanas. A Iran Air também opera atualmente voos semanais para Milão às terças e sextas-feiras.

O anúncio foi feito depois que a Itália disse que deveria proibir voos da Mahan Air, disse um funcionário da indústria iraniana no sábado, enquanto os Estados Unidos buscam ação contra a companhia aérea acusada pelo Ocidente de transportar equipamentos e pessoal militar para zonas de guerra no Oriente Médio, uma alegação que a companhia aérea iraniana nega.

Mais e mais bloqueios sobre a Mahan

A Alemanha e a França já proibiram os voos da companhia aérea, e o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, disse ao secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no início de outubro que Roma deveria tomar uma decisão sobre seguir o exemplo. A autoridade aérea italiana ENAC disse em comunicado que a proibição dos voos de Mahan para Roma e Milão entrará em vigor em 15 de dezembro.

A Alemanha revogou a licença da companhia aérea em janeiro, também após pressão dos EUA, enquanto a França a proibiu em março, acusando a empresa de transportar equipamentos e pessoal militar para a Síria e outras zonas de guerra do Oriente Médio.

Os Estados Unidos impuseram sanções à Mahan em 2011, dizendo que a empresa fornecia apoio financeiro e outros ao Corpo de Guardas Revolucionários do Irã. A companhia aérea sediada em Teerã, estabelecida em 1992 como a primeira companhia aérea privada do país árabe, possui a maior frota de aeronaves do país e rotas para vários países europeus e asiáticos.

Mahan Air e o polêmico Aeroterror com a Venezuela

Em 2007, o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, e o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad estabeleceram uma rota direta entre as capitais dos dois países.

Uma iniciativa estranha, vista com grande desconfiança por toda a comunidade internacional.

A partir do acordo, e uma vez por semana, um Airbus A340 da companhia venezuelana Conviasa decolava de Caracas para Teerã com uma escala em Damasco, na Síria. Reportes confidenciais vazados contaram ao mundo que Chavez e Ahmadinejad se referiam ao voo como “Aeroterror”.

Em meio a inúmeras denúncias de que transportavam drogas, dinheiro, ouro e agentes, os voos foram cancelados em 2010.

O mais interessante nessa história é que não há reportes de passageiros que tenham voado nessa rota, bem como ela não estava disponível para compra no site da empresa ou em agências de turismo.

Agora, quase uma década depois, o “Aeroterror” parece estar de volta com um Airbus A340-600 da Mahan Air:

O Jumbo que voltou à ativa na Mahan após 9 anos parado

A Mahan Air reativou recentemente um Boeing 747-400 que havia sido armazenado desde 2010, após ter se transformado em objeto de problemas vinculados a sanções e a tentativas de apreensão por parte dos EUA e Europa.

De matrícula EP-MNB, o Boeing 747-400 da Mahan Air fez um voo de teste em 27 de agosto e, de acordo com dados do Flightradar24, cumpriu alguns poucos voos domésticos entre Teerã, Mashad e Ilhas Kish, além de um voo para Bagdad, no Iraque.

A aeronave foi entregue à Mahan Air em 2009 e voou por pouco mais de um ano antes de ser armazenada no Aeroporto Imam Khomeini, em Teerã. Veja mais detalhes dessa enrolada história na matéria a seguir:

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