Após Petrolina, administradora alerta para apontamento de laser no aeroporto de Teresina

Aeroporto de Teresina
Alexandro Dias, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Na semana passada, a CCR Aeroportos, concessionária que administra o Aeroporto de Petrolina (PE), alertou a população sobre o uso indevido de ponteiras de raio laser contra cabines de comando das aeronaves. O pedido veio após o Setor de Segurança Operacional da empresa registrar, em 2022, quatro relatos de interferência de raio laser contra aeronaves. O número é o maior já registrado no aeroporto nos últimos cinco anos e representa o dobro do registrado em 2021.

Agora, a concessionária faz o apelo a população aos entornos do Aeroporto Senador Petrônio Portella, em Teresina (PI), que registrou dois novos casos de apontamento de laser contra aviões e vem enfrentando os mesmos problemas.

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o raio laser com alta potência, quando apontado contra a cabine de comando de um avião, provoca distração, ofuscamento e cegueira momentânea, que podem incapacitar os pilotos e colocar em risco aviões com centenas de passageiros.

As ocorrências acontecem sempre em procedimentos mais delicados de uma operação, como pousos e decolagens, e os danos aos tripulantes podem levar à situação extrema de perda de controle em voo, em especial, nos casos de aeronaves tripuladas por um único piloto.

De acordo com dados do CENIPA, desde 2012, cerca de 8.600 casos de distração, ofuscamento ou cegueira temporária causados por laser foram registradas. Este número pode ir além, já que nem todas as ocorrências são reportadas.

Conforme o Código Penal, Art. 261, expor a perigo aeronave ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação aérea é crime, com pena de dois a cinco anos de prisão.

Nos Estados Unidos é um pouco pior

Em fevereiro deste ano, a Administração Federal de Aviação (FAA) informou que recebeu 9.723 relatórios de pilotos no ano passado, um aumento de 41% em relação a 2020. Até fevereiro, os pilotos efetivamente feridos nos olhos com a atitude somam 244 desde que a FAA começou a registrar dados sobre ataques a laser em 2010.

Lá, pessoas que comentem tais atitudes, enfrentam multas da FAA de até US$ 11.000 por violação e até US$ 30.800 por reincidência. No total, a entidade emitiu US$ 120.000 em multas por ataques a laser em 2021 e os infratores também podem enfrentar penalidades criminais de agências federais, estaduais e locais de aplicação da lei.

Leia mais:

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

Veja outras histórias

Regulamentação do transporte aéreo de animais é necessária e urgente, alerta...

0
O CFMV afirma que reconhece a complexidade do tema e está empenhado em contribuir para a elaboração de normativas que assegurem padrões