
As críticas e sanções contra Israel estão fazendo que o governo de Tel Aviv procure independência na produção de bombas. Desde o início da retaliação ao ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro de 2023, Israel tem sido duramente criticado pelo dano colateral causado pelos bombardeiros na Faixa de Gaza, que é um problema antigo que inclusive já levou ao protesto dos próprios pilotos de caça da IAF, a Força Aérea de Israel.
Com isso, alguns países, principalmente da Europa, tem sido pressionados por alguns grupos civis de direitos humanos a cessarem a venda e envio de munições para Israel.
Até o momento a Bélgica, Espanha, Itália, Países Baixos e Reino Unido colocaram algum tipo de restrição para venda de armas e equipamentos militares para Israel. Porém, a maioria das bombas usadas pela IAF são fabricadas nos EUA, principalmente pela Boeing, General Dynamics e Raytheon.
Recentemente, após vários protestos e tentando favorecer a campanha à eleição da sua companheira de chapa, Kamala Harris, o presidente americano Joe Biden chegou a postergar a entrega de bombas Mark 84 de 2.000 libras (900kg), que são fabricadas pela General Dynamics.
Com isso, Israel teme que o fluxo de produção e entrega dos armamentos possa ser interrompido novamente num futuro não tão distante, e agora o governo está investindo ao menos US$ 275 milhões de dólares (R$ 1,6 bilhões) para que a produção seja local, como informa o Washington Post e confirmado pela mídia israelense.
Ainda não está claro quais tipos de bombas serão fabricadas em território israelense, mas o contrato foi passado para a Elbit Systems, uma das principais firmas de defesa de Israel, que inclusive é proprietária da empresa gaúcha AEL Sistemas.
A companhia gaúcha é a responsável pela fabricação da aviônica do SAAB Gripen NG voado pela Força Aérea Brasileira, assim como o datalink e os drones usados pelos militares brasileiros.
O motivo da produção deste tipo de armamento não ser feita localmente em Israel, ao contrário dos aviônicos, fuzis, tanques e mísseis, é simples: o preço. Atualmente é mais barato e simples comprar as bombas diretamente dos EUA ou algum outro país parceiro.
Outros detalhes, como se a produção será 100% nacional ou ainda dependerá da importação de alguns itens, principalmente o sistema de guiamento de precisão, ainda não foram definidos, e também um cronograma para as primeiras entregas não foi divulgado ainda.