Após ser acusada de lucrar com a guerra, Air Serbia reduz voos para a Rússia

Logo após a maioria dos países da Europa colocarem restrições nos voos de e para a Rússia, a Air Serbia passou a se destacar como a principal alternativa para se chegar a Moscou por via aérea. Por não ter adotado as mesmas medidas de seus vizinhos, a companhia aérea local seguiu realizando voos para a capital russa, inclusive dobrando a quantidade de serviços, dada a alta procura.

Não demorou muito para que a iniciativa começasse a ser vista com maus olhos pelos demais países da Europa, que acusaram a empresa aérea de lucrar com a condição de guerra no continente. Como resultado da pressão externa, a companhia com sede em Belgrado resolveu reduzir a quantidade de voos para Moscou, informou o site EX-YU Aviation, especializado em informações aeronáutica dos países da antiga Iugoslávia.

A declaração sobre a redução dos voos foi dada pelo presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić. Ele observou que as frequências serão restauradas aos níveis anteriores da guerra, indicando que os serviços para Moscou serão executados de sete a oito vezes por semana, em vez das atuais quinze operações semanais. 

De qualquer maneira, a empresa seguirá voando para a Rússia e os voos têm saído lotados de passageiros e carga, alimentando também as demais rotas da companhia.

Segundo o site do leste europeu, o presidente Vučić comentou: “Dizem que a capacidade foi dobrada, que estamos lucrando com o sangue ucraniano. A verdade é que em vez de um voo temos dois. Do jeito que eles estão falando, você pensaria que aumentamos os voos de cem para duzentos. Eles não estão criticando aqueles que são membros da OTAN e que estão parcialmente na Europa, que têm trinta vezes mais voos do que nós, como a Turquia. Por que eles não estão criticando os países do Golfo que têm quinze vezes mais voos para a Rússia do que nós”.

Ele continuou: “Sem problemas, vamos voltar aos horários antigo com um voo por dia, para que ninguém possa nos criticar por ganhar dinheiro. Ganhar 30.000 euros é um problema? OK, sem problemas. Manteremos essas frequências duplas por mais cinco ou seis dias, pois as pessoas já têm passagens reservadas e, em seguida, reduziremos para um voo por dia. Então eles serão felizes novamente”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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