Após visita oficial polêmica, Taiwan escolhe aviões Boeing ao invés de Airbus

A polêmica visita da Presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, teve efeitos benéficos para a Boeing, que ganhou uma encomenda de grandes jatos.

Imagem: Guerric / CC BY-NC-SA 2.0 via Flickr

A visita de Nancy Pelosi, Presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, à Taiwan, foi um marco histórico, já que o país oriental é considerado por muitos como parte da China, enquanto é tratado por outros, inclusive pelos americanos, como uma nação independente.

O caso causou especial atrito diplomático porque, para a China, os Estados Unidos deveriam ter pedido sua autorização para fazer pousar na ilha, o que não ocorreu. Pequim criticou a visita e prometeu retaliação. As primeiras medidas tomadas após a visita foram econômicas, isolando mais a ilha, mas não entrou no campo militar, apesar da intensificação dos exercícios no mar e espaço aéreo de Taiwan.

Agora, semanas após a visita de Pelosi, a China Airlines, empresa de bandeira e estatal de Taiwan, anunciou a compra de 16 jatos Boeing 787-9 Dreamliner segundo revelou a Reuters. A compra estimada em $4,6 bilhões de dólares, tendo como referência preços de tabela, servirá para substituir os atuais Airbus A330-300 operados pela empresa.

A notícia vem como uma surpresa, já que a China Airlines não optou pelo 737 MAX para substituir os atuais 737, e sim pelo concorrente Airbus A321neo. Além disso, a empresa já opera o A350XWB da Airbus, concorrente direto do 787. O movimento, portanto, mostra uma certa simpatia em favor dos Estados Unidos.

O pedido de hoje conta ainda com direitos de conversão do modelo 787-9 para o 787-10, de maior porte. As entregas devem começar em 2025.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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