Os passageiros de um voo que percorreu quase 14.000 km entre Darwin, na Austrália, e Londres, ficaram sem bagagem por seis dias na semana passada porque uma parte da pista do aeroporto de origem estava com problemas no pavimento, reportou o jornal britânico The Guardian. Apesar de parecer uma relação insólita, essa possibilidade é real.
Tudo aconteceu porque o aeroporto de Darwin teve problemas com chuvas torrenciais, que colaboraram para causar danos a uma parte da pista. Apesar do empenho em realizar os reparos de forma urgente, os trabalhos apenas seriam concluídos depois da decolagem de um Boeing 787 da Qantas, que seguiria para Londres.
A empresa nacional australiana opera voos entre Sydney e Melbourne e Londres com uma escala técnica em Darwin, apenas para reabastecimento, já que o Boeing não tem autonomia suficiente para voar sem paradas em tais rotas. No entanto, esse reabastecimento também prevê que os tanques da aeronave sejam completamente cheios, já que a ligação de Darwin a Londres também é ultra longa.
No entanto, dado o problema com a pista e sua interdição parcial, a aeronave não poderia usar toda sua extensão e teria, portanto, que decolar com restrição de peso.
Há três maneiras principais de diminuir o peso da aeronave: descarregar passageiros; levar todos os passageiros, mas não todas as malas; ou decolar com menos combustível.
Destas, a Qantas escolheu a segunda opção, mas teria pecado em não comunicá-la aos passageiros. Ou, pelo menos, não até 20 minutos antes da chegada a Londres, quando um anúncio foi feito na cabine, segundo alguns viajantes contaram à imprensa inglesa. Ainda assim, ninguém sabia qual mala foi ou não embarcada.
Na chegada a Londres, os passageiros foram obrigados a esperar no carrossel de bagagens para o caso de sua mala ter sido carregada no voo e, se não aparecessem, teriam que fazer uma reclamação de bagagem perdida no balcão da Qantas.
Alguns dos passageiros dizem que a Qantas prometeu entregar as malas dentro de dois ou três dias, mas em alguns casos, levou quase uma semana para a bagagem chegar.
Um porta-voz da Qantas confirmou o caso, dizendo que “um problema com o pavimento da pista no Aeroporto de Darwin resultou em restrições temporárias de peso adicionais em nossos voos para Londres na semana passada e, infelizmente, isso significou que não pudemos carregar as malas de alguns passageiros”.
“As malas foram reacomodadas em voos posteriores e enviadas diretamente aos clientes assim que conseguimos confirmar o endereço correto. Pedimos desculpas pelo inconveniente que isso causou aos nossos passageiros e agradecemos a compreensão”, finalizou a companhia.
