O polêmico Jumbo que está parado na Argentina desde junho, após surgirem evidências de suas ligações com terroristas do Irã, foi oficialmente apreendido em Buenos Aires.
O Boeing 747-300 da Emtrasur, um dos poucos desta variante do Jumbo ainda em operação no mundo, chegou na Argentina trazendo uma carga de peças automotivas do México. Enquanto a carga em si estava disposta conforme declarado, a lista de tripulantes não, por faltarem nomes na documentação oficial do voo, o que começou a gerar desconfiança.
O Jumbo foi recém-incorporado na frota da empresa estatal venezuelana e antes pertenceu à Mahan Air, uma empresa aérea do Irã ligada ao terrorismo, como diz os Estados Unidos. Por conta disso, e com medo de serem punidos por fazerem negócios com a empresa, os provedores de combustível no Aeroporto de Ezeiza decidiram não abastecer a aeronave.
Para tentar burlar esse problema, a empresa conseguiu um abastecimento em Montevidéu, mas, logo após a decolagem, a entrada no espaço aéreo uruguaio foi negado porque o avião não tinha autorização para pousar ali.
Provas foram surgindo de que os iranianos que estavam a bordo (num número muito acima do exigido de tripulantes para a aeronave), eram pessoas ligadas ao governo do Irã e tinham vínculos com organizações consideradas terroristas. Como resultado, o avião foi alvo de busca e apreensão de documentos e ficou sob vigilância.
Na semana passada, como desdobramento mais recente, os EUA pediram à Argentina que apreendesse o avião, impedindo de vez a sua saída do país devido às ligações com o Irã. Então, ontem, 11, o juiz argentino Federico Villena emitiu a ordem acatando o pedido dos EUA, para que o Jumbo fosse apreendido.
De imediato agentes do FBI no país foram até a aeronave e a inspecionaram, além de terem lacrado, segundo reporta a Reuters.
Dias atrás, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia protestado e exigido a liberação da aeronave, que segundo ele “foi roubada pelo governo argentino a mando dos EUA”. A porta-voz da Casa Rosada, afirmou que a situação é extraordinária e que não gerou um incidente diplomático com a Venezuela, que tem como a Argentina um dos poucos aliados no continente.
