Argentina liberou o MAX, mas avião não poderá voar porque o sindicato não quer

Receba essa e outras notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.

Foto Aerolíneas Argentinas

Na semana passada, o mundo foi informado que a Administração Nacional de Aviação Civil da Argentina (ANAC) suspendeu as restrições à operação dos Boeing 737 MAX no país, após ter analisado e aceito as medidas propostas pela Boeing e aprovadas pelo governo americano.

No entanto, como informa nosso parceiro Aviacionline, ainda está em vigor um mandato da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA) às suas afiliadas, incluindo a Aerolíneas Argentinas, que tem o MAX na frota, para não realizarem voos operados com essas aeronaves.

Essa restrição do sindicato foi instituída em 11 de março de 2019 após o acidente da Ethiopian Airlines, como medida de precaução dada a indecisão da administração da ANAC à época sobre a parada ou não do modelo. Na ocasião, a APLA chegou a enviar uma carta-documento à organização para que tomassem as “medidas que garantissem a segurança das tripulações e passageiros”.

E justamente o sindicato, na semana passada, destacou a validade desse mandato, para que o MAX da Aerolíneas Argentinas não volte a operar até que seja retirada a restrição.

“Reafirmando o nosso compromisso inalienável com a segurança das operações, estamos a seguir todas as etapas para garantir a eficácia das barreiras de defesa e mitigações adotadas face aos fatores de risco que motivaram este mandato”, informou a APLA através de comunicado. “Por isso, estamos em conversações com a empresa para articular um plano mínimo de atividade e treinamento que dê as garantias operacionais necessárias para a volta ao serviço dos Boeing 737 MAX”.

Fontes próximas disseram ao Aviacionline que a intenção é conseguir um plano de instrução que ultrapasse o enviado pela Boeing e pela FAA e que foi assinado pela ANAC.

A Aerolíneas Argentinas possui cinco 737 MAX 8 em sua frota e foi a primeira operadora da quarta geração do 737 na América Latina.

O processo de recertificação do MAX pela Federal Aviation Administration dos Estados Unidos terminou em 18 de novembro de 2020. Desde então, vários países têm seguido gradativamente a liberação. A Gol foi a primeira companhia aérea do mundo a voá-los novamente em uma base regular em 9 de dezembro. Na América Latina e no Caribe também já foram devolvidos ao serviço pela Aeroméxico, Cayman Airways e Copa Airlines.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias