Argentina volta a tabelar o preço da passagem aérea e pode dar fim a novas empresas

O maior temor das concorrentes da estatal Aerolíneas Argentinas está de volta: o preço máximo tabelado das passagens aéreas.

Imagem: Flybondi

Um dos poucos países do mundo a fazer isso atualmente, a Argentina tinha estabelecido a chamada “bandeira tarifária” em 2002, no governo do presidente Eduardo Duhalde, porém foi revogada completamente em 2018 por Maurício Macri.

No dia da revogação da tarifa mínima os sites das empresas aéreas, principalmente da estreante FlyBondi, ficaram fora do ar devido à grande procura por passagens promocionais, algo impensável por décadas. De lá para cá, surgiram outras empresas, a Avianca (que acabou seguindo o passo da divisão brasileira e fechou), a JetSmart e a Norwegian (posteriormente comprada).

Agora, segundo documento revelado pelos parceiros do Aviacionline, a bandeira tarifária está de volta nos voos domésticos, numa atitude que novamente pode prejudicar uma concorrência nunca antes vista no país.

O decreto 879/2021 estabelece que em 180 dias o Ministério dos Transportes estabeleça a tarifa máxima e a banda tarifária para os voos domésticos, considerando critérios chamados “excesso de oferta e tarifa predatória que impactam negativamente o caixa das empresas”.

A decisão fala sobre tarifas máximas, mas também cita “bandeiras tarifárias” que seriam uma possível “faixa” de valor que a empresa aérea pode cobrar, indo de um valor X até o Y, nada abaixo ou acima destes.

Não se sabe exatamente quais serão os critérios dessas “faixas” tarifárias, que provavelmente deve estabelecer o máximo e mínimo a ser cobrado em cada rota. O maior temor é que a Aerolíneas seja favorecida novamente.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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