As duas hélices do ATR 72 da Yeti Airlines estavam embandeiradas no momento da queda

A investigação do trágico acidente da Yeti Airlines em 15 de janeiro está dando seus primeiros frutos. A Autoridade de Aviação Civil do Nepal revelou que a análise inicial dos gravadores de dados de voo e de voz do cockpit da aeronave ATR-72 indica uma situação importante no motor como um dos fatores por trás da queda.

Os dados indicam que, antes do acidente, as hélices de ambos os motores estavam na posição conhecida como embandeiramento, quando as pás ficam alinhadas com o vento para gerar menos arrasto e o avião voar (ou planar) com menos potência.

A razão para as hélices serem embandeiradas permanece desconhecida, e nenhum outro detalhe foi divulgado até o momento. Tal fato poderia indicar um problema nos motores e os pilotos executando uma tentativa de planeio, por exemplo.

O caso

O voo YT691 da Yeti Airlines partiu do Aeroporto Internacional de Tribhuvan, em Katmandu, às 10h33 do dia 15 de janeiro, com destino ao Aeroporto Internacional de Pokhara, inaugurado apenas duas semanas antes. Aproximadamente às 11h, a aeronave caiu a cerca de um quilômetro do aeroporto. Todos os 68 passageiros e quatro tripulantes a bordo morreram, tornando-se o incidente de aviação mais mortal no Nepal em mais de 30 anos.

A investigação prossegue, buscando fatores técnicos e humanos que possam dar mais pistas sobre a causa do acidente. Os resultados finais da investigação ainda demorarão alguns meses para serem divulgados, porém, os dados já revelados até o momento parecem mostrar que hélices embandeiradas serão exploradas a fundo pelos investigadores.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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