Associação de direitos das mulheres critica uniforme de comissárias de voo na Ásia: “fetichista”

Nas últimas semanas, a empresa aérea Singapore Airlines tem estado nas manchetes da imprensa mundo afora por ter tomado a decisão de mudar uma criticada política interna e não mais demitir as mulheres sempre que ficavam grávidas. Junto com o tema, voltou à voga outro, que refere-se aos uniformes usados pelas comissárias, conhecidas como Singapore Girls.

Em uma série de tuites publicados no sábado, 15 de outubro, a organização AWARE, de direitos das mulheres e qualidade de gênero, diz que “o icônico uniforme sarong Kebaya, usado pelas comissárias de bordo da Singapore Airlines desde a década de 1970 tem tons distintamente fetichistas e orientalistas”.

Quando o uniforme foi concebido, a empresa aérea também apoiou-se na imagem da Singapore Girl como uma ferramenta de marketing. A imagem da Singapore Girl perdurou ao longo das décadas, mas vem sendo cada vez mais criticadas por entidades como a AWARE.

“A indústria aérea tem um histórico de práticas sexistas que objetificam as mulheres”, disse a Associação de Mulheres para Ação e Pesquisa de Cingapura (AWARE). “A imagem da ‘Singapore Girl’ – uma pedra angular da marca da empresa – tem sido criticada há muito tempo – respeitado grupo de caridade continuou em uma série de tuites.

No Twitter, a instituição alertou que “embora a maioria das companhias aéreas tenha reduzido suas práticas abertamente discriminatórias, o sexismo que sustentava essas regras permeia de outras maneiras”.

A AWARE citou aparência estrita e regras uniformes como uma maneira de sexismo na indústria da aviação. Na Singapore Airlines, as comissárias de bordo são obrigadas a aderir a um dos vários penteados aprovados que são escolhidos para elas quando ingressam na companhia aérea. Eles devem continuar a usar esse estilo pelo resto de sua carreira.

O grupo também destacou outros padrões de aparência “extremos”, como verificações obrigatórias de peso que ainda persistem em várias companhias aéreas internacionais líderes, bem como assédio sexual no local de trabalho.

Em 2019, um comissário de bordo sênior de 50 anos, da Singapore Airlines, virou réu por ultrajar uma colega júnior ao dar um tapa na nádega direita dela durante um voo entre para as Filipinas. Ele foi considerado culpado no começo deste ano.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias