Associação dos Aeronautas da Gol também se posiciona sobre o caso da passageira removida em Salvador

Muitos foram os desdobramentos resultantes da situação a bordo do Boeing 737-800 da Gol Linhas Aéreas em Salvador, na noite do dia 28 de abril, em que uma passageira foi removida do voo pela Polícia Federal, a pedido do comandante, por um desentendimento quanto ao despacho de sua mochila.

Como mostrado pelo AEROIN (clique para ver novamente o vídeo a bordo do avião), a viajante, Samantha Vitena, e outros passageiros alegaram que houve discriminação racial durante o ocorrido. E depois, como consequências:

– o Sindicato Nacional dos Aeronautas publicou uma nota de repúdio à acusação;

– a Polícia Federal instaurou um inquérito para avaliar a conduta de seus envolvidos;

– o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) informou que notificaria a Gol Linhas Aéreas para prestar explicações;

– a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, informou que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e os ministérios da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania, das Mulheres e de Portos e Aeroportos vão debater medidas de prevenção de casos de racismo e de mecanismos de regulação das companhias aéreas; e

– a Fundação Educafro Brasil pediu R$50 milhões de indenização coletiva moral da GOL.

E além de todos os desdobramentos acima descritos, quem também se posicionou sobre o caso foi a Associação dos Aeronautas da GOL (ASAGOL), através de um comunicado oficial em que apresenta o visão sob a ótica da segurança de voo promovida pelos tripulantes a bordo.

A seguir, o texto da ASAGOL, publicado há dois dias, é disponibilizado integralmente:

“Prezado(a) Associado(a),

A ASAGOL tem acompanhado de perto o desenrolar dos fatos relacionados ao voo no qual uma passageira precisou ser desembarcada da aeronave, no último final de semana, pela Polícia Federal.

Infelizmente, diversos posicionamentos nas mídias sociais e meios de imprensa que careciam de informações completas e conhecimento sobre procedimentos de segurança, geraram ataques inaceitáveis contra a tripulação do voo.

A ASAGOL repudia tais ataques, realizados contra profissionais cujas ações são pautadas pelos mais rígidos requisitos de segurança de voo. Para além da imparcialidade, que deve ser um princípio basilar em qualquer situação que demande esclarecimentos, a segurança operacional é a prioridade máxima do setor da aviação.

É lamentável vermos atitudes pautadas em procedimentos de segurança serem erroneamente interpretadas por razões que fogem ao âmbito operacional. Fazer isso é, em si, um risco à operação aérea, pois coloca em xeque o comportamento de profissionais que atuam de maneira técnica, seguindo regras e normas pré-determinadas.

O respeito a todos os envolvidos deve ser, nesta e em qualquer situação, um princípio inquestionável.

Diretoria da ASAGOL

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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