Aterrissa em solo brasileiro o avião Boeing 767 com a carga especial dos caças Gripen

Aterrissou em Brasília, no começo da madrugada deste domingo (3), o Boeing 767-300F com uma carga especial a bordo: peças para os caças F-39 Gripen da Força Aérea Brasileira. Fontes próximas da operação informaram que, além das peças, também estaria a bordo o simulador de voo da nova aeronave de combate do país. Esse assunto vem sendo coberto com exclusividade pelo AEROIN há algumas semanas.

O serviço foi contratado pela SAAB, a fabricante da aeronave de caça, e decolou da Suécia, fez uma escala nas Ilhas Canárias, antes de seguir em voo direto até a capital federal do Brasil. A operação foi realizada pelo jato Boeing 767-300 de marcas C-FCCJ, da canadense Cargojet, que pousou em Brasília à 1h40 da madrugada, como mostram os dados do Radarbox.

Uma curiosidade acerca da operação é que, inicialmente, o voo do 767 cargueiro estava programado para pousar em Anápolis, sede do 1º Grupo de Defesa Aérea (Esquadrão Jaguar), que será o primeiro a operar o caça F-39. Mas, por ser tratar de voo internacional, é necessário ter estrutura alfandegária, e a Base Aérea não conta com isso.

Assim, um plano B foi traçado para Goiânia, que conta com estrutura e pode receber voos internacionais, desde que agendados previamente, mas, no fim, para evitar qualquer complicação, uma nova alteração foi feita e o voo pousou em Brasília, que tem estrutura permanente para voos internacionais.

Gripens na FAB

Atualmente, a FAB possui dois F-39, entregues oficialmente no dia 22 de abril deste ano, mas que ainda não estão operacionais. Além destes, há ainda uma unidade protótipo dedicada a ensaios em voo (a que possui a bandeira do Brasil na cauda). O Brasil possui uma encomenda oficial para 36 unidades do F-39, que deve subir para 40, como foi sinalizado pela Força Aérea no começo desse ano.

Além destes, em abril foi anunciado pela FAB um estudo de viabilidade para a aquisição de mais 26 unidades, que iriam para um segundo esquadrão, já que os 40 primeiros seriam operados pelo Esquadrão Jaguar, substituindo os atuais F-5E Tiger que já chegam os 50 anos de idade.

O processo para essa nova ampliação do contrato ainda está em análise, de tal modo que não foi detalhado quantos dos 4 caças adicionais, e dos possíveis 26, serão montados no Brasil, nem a sua data de entrega, mas foi definido que o país só irá montar a versão monoplace (de um lugar), deixando todas as oito aeronaves F-39F biplace, de dois lugares, com produção na Suécia.

Considerando que o caça Gripen custa até $85 milhões de dólares cada, a preços atuais, o contrato para os 26 caças adicionais pode chegar em R$10 bilhões, mas descontos poderia ser esperados.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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