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Ativista do filme Hotel Rwanda alega que empresa aérea ajudou em seu sequestro

Um ativista anti-genocídio, cuja história ficou famosa no filme de Hollywood Hotel Rwanda, de 2004, processou uma companhia aérea por cumplicidade em seu suposto sequestro em Dubai e eventual prisão em Ruanda. 

Gain Jet Grecia
Foto de Pedro Aragão, CC BY-SA 3.0 GFDL, via Wikimedia Commons

Durante o genocídio de Ruanda em 1994, Paul Rusesabagina era o gerente do Hôtel des Mille Collines, na capital Kigali. O hotel atendia principalmente aos ocidentais e seus terrenos eram vistos como proibidos pelas brutais gangues armadas que perpetraram o genocídio. Portanto, Rusesabagina usou sua posição para abrigar mais de 1.200 civis deslocados das milícias em guerra.

Após o fim do genocídio, Rusesabagina, um hutu, tornou-se um crítico do presidente tutsi de Ruanda, Paul Kagame. Em 1996, Rusesabagina sobreviveu a uma tentativa de assassinato, após a qual se exilou no exterior. Ele continuou a expressar fortes críticas ao presidente Kagame do exílio, a quem acusa de tendências ditatoriais, corrupção e má gestão.

Em agosto de 2020, Rusesabagina embarcou em um avião fretado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que lhe disseram que o transportaria para o Burundi, onde ele faria uma turnê de palestras, organizada por um grupo cristão. 

Paul Rusebagina

No entanto, de acordo com Rusesabagina, o convite foi uma armadilha para atraí-lo para Ruanda. Ele teria sido amarrado e amordaçado logo após o avião decolar de Dubai e, ao invés de seguir para o Burundi, a aeronave foi para Kigali, onde foi preso em 31 de agosto por um mandado internacional emitido pelo governo de Ruanda.

Rusesabagina permanece na prisão desde então, acusado de terrorismo, assassinato, sequestro, incêndio criminoso, bem como de financiamento, de organizações terroristas. Ele rejeita essas acusações e afirma que foi sequestrado por apoiar grupos que se opõem ao governo do presidente Kagame. Ele aguarda julgamento, previsto para ocorrer em 26 de janeiro de 2021.

Na quinta-feira (17), os advogados de Rusesabagina entraram com uma ação judicial alegando que a GainJet, a companhia aérea grega cujo avião foi fretado para levá-lo de Dubai a Kigali, foi cúmplice de seu sequestro. 

De acordo com a BBC, Rusebagina alega que a companhia aérea, que está registrada na Grécia, “concordou em participar de seu sequestro por causa de seu relacionamento próximo com altos funcionários do governo de Ruanda”. 

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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