Para protestar contra o papel das companhias aéreas na crise climática, ativistas do grupo Brandalism sequestraram cerca de 500 outdoors em todo o continente europeu nesta semana. O grupo usou desenhos para criticar o que diz ser uma “postura de fachada das empresas em prol do meio ambiente“, além de pedir a proibição de propagandas de viagens aéreas em todos os meios de comunicação.
As obras, que foram criadas por oito artistas-voluntários da entidade, usam dos nomes das empresas ou fazem jogo de palavras para citar uma série de atitudes que julgam ser contrárias aos preceitos de conservação e redução de emissões. Dentre as empresas criticadas estão a Ryanair, Lufthansa e KLM.
“O fascínio e o glamour dos estilos de vida com alto teor de carbono, como voos frequentes, foram criados propositadamente pela indústria da publicidade e não mostram sinais de ceder – apesar de um dos verões mais quentes já registrados”, comentou a porta-voz do Brandalism, Tona Merriman.
O grupo também criticou as agências de publicidade e conclamou profissionais para que se recusem a trabalhar para empresas aéreas.
“A publicidade desempenha um papel crucial, mas muitas vezes esquecido, no abastecimento da crise climática”, comentou Andrew Simms da campanha do Brandalism no Reino Unido. “Ao promover produtos com alto teor de carbono, como voos baratos, a publicidade é cúmplice de aumentar as emissões de carbono em um momento em que precisamos ver uma reversão urgente”.
Empresas aéreas de todo o mundo se comprometem a cada dia em reduzir as emissões dos voos. Embora o setor aéreo responda por uma pequena parcela de todo o CO2 lançado na atmosfera, sua contribuição é essencial para conter a elevação da temperatura média do planeta. Muitas empresas, no entanto, tem sido criticadas de manter ações apenas de fachada, por marketing, enquanto mantêm foco no lucro.
