ATR-72 da Azul entra em forte turbulência, clima a bordo fica tenso e banheiro é destruído

Na última semana, um voo da Azul Linhas Aéreas ganhou repercussão após diversos passageiros relatarem a veículos de imprensa sobre momentos de tensão a bordo, após a aeronave ATR 72-600 ingressar numa área de alta instabilidade e isso resultar em uma forte turbulência. Como resultado, a aeronave acabou com seu banheiro destruído e não conseguiu pousar no aeroporto originalmente planejado.

O evento ocorreu no sábado passado, dia 23 de outubro, durante o voo AD-5069, uma rota de Campinas para Presidente Prudente, que ocorre todos os dias no final da noite, tendo pouso previsto às 23h40. Naquele dia, porém, a viagem de 1h20 levou 3 horas e os pilotos tiveram que alternar o pouso para São José do Rio Preto.

Passageiros a bordo da aeronave entraram em contato com o AEROIN para relatar que vivenciaram momentos de forte turbulência, o que principiou um clima tenso na cabine, com gritaria a bordo. Uma comissária teria ficado ferida.

As informações da plataforma de rastreamento de voos RadarBox mostram toda a trajetória do voo, incluindo as múltiplas voltas que a aeronave fez e as oscilações de altitude, seja comandadas pela tripulação, seja forçadas pela instabilidade. Veja na animação acima e o detalhe da rota abaixo.

Ocupantes da aeronave comentaram sobre várias oscilações na altitude da aeronave, corroborando com o que mostram os dados do RadarBox, mostrando que o ATR 72 chegou a voar entre 5.000 e 16.000 pés.

Também pôde-se notar que a velocidade vertical da aeronave apresentou variações médias e grandes, que podem estar associadas tanto a comandos humanos dos pilotos, na tentativa de desviar a tempestade, bem como involuntárias, com a avião à mercê dos fortes ventos.

Mapa do Inmet mostrava uma zona de instabilidade se aproximando

Como relata o UOL, diante do cenário desafiador, que já era relatado nos boletins meteorológicos daquele dia, com ventos que chegaram a até 100 km/h, granizo e correntes ascendentes e descendentes, os pilotos realizaram diversas órbitas, antes de desistirem do pouso em Presidente Prudente e seguirem para a alternativa, em São José do Rio Preto.

Uma imagem, compartilhada nas redes sociais, mostra como ficou o banheiro da aeronave, totalmente destruído pela, e que ilustra a severidade da turbulência.

Além disso, uma investigação interna da empresa e de órgãos relacionados à segurança da aviação poderá indicar os motivos que fizeram o voo entrar em uma área com a condição meteorológica tão degradada.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias