
Nesta quarta-feira (6), a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, discutiu sobre as obras de expansão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que estão programadas para o ano de 2024. Durante a audiência pública, foram abordados os planos de melhorias em andamento.
Entre as iniciativas planejadas para este ano, destaca-se a criação de um espaço para carros de aplicativo e uma praça de pick-up com 72 vagas para embarque de passageiros. Além disso, estão previstos o realinhamento das vias e meios-fios, a modernização do sistema de climatização, a revitalização dos banheiros e a expansão da sala de embarque remoto.
Conforme estipulado no contrato de concessão com a empresa espanhola Aena, responsável pela administração do aeroporto desde outubro do ano passado, todas as grandes obras, incluindo um novo terminal de passageiros com uma área de embarque e desembarque de 105 mil metros quadrados – o dobro do tamanho atual – serão concluídas até junho de 2028.
O diretor-presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, falou sobre o orçamento das reformas. “Estamos agora na fase de engenharia e, até que sejam contratadas construtoras, não temos realmente os valores definitivos, mas nossa estimativa é que serão R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões serão para Congonhas e outros R$ 2,5 bilhões para outros dez aeroportos do nosso bloco”, explicou.
Desafios
O diretor-executivo do aeroporto, Kleber Almada Meira, afirmou que o projeto de ampliação foi desafiador, diante das restrições de uso de áreas em uma região muito populosa e das obrigações do contrato de concessão. Entre os principais problemas estavam a distância entre pistas de táxi aéreo e de pouso e decolagem, as posições de parada para aviões maiores e novas pontes de embarque.
Com 19 novas pontes de embarque, os chamados fingers, o aeroporto poderá aumentar em 70% o número de embarques. Atualmente, há 12 fingers.
“Há uma obrigação da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] em garantir que, no mínimo, 70% das pessoas embarquem em pontes. Hoje, o número é só 50%. Então, como você constrói novas pontes, com uma limitação de espaço?”, questionou.
Com as obras, o aeroporto, que tem hoje posição para 30 aviões com restrições, poderá receber 37 aviões, inclusive de maior tamanho, como o Airbus A321. Com isso, a capacidade operacional permitirá atender 30 milhões de passageiros por ano, que terão 17 canais de inspeção (7 a mais do que atualmente).
Impactos
Durante a audiência pública, houve divergências entre os convidados e o deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), que pediu o debate. O deputado afirmou que não foram localizados pela prefeitura documentos sobre o impacto da ampliação do aeroporto na vizinhança e as compensações urbanísticas.
Mas o diretor do aeroporto, Kleber Meira, afirmou que houve reunião com o governo para discutir os projetos e que os estudos estão dentro do prazo para obtenção das licenças.
O deputado Antonio Carlos Rodrigues lembrou que o terminal desempenha um papel crucial na mobilidade e conectividade da cidade de São Paulo e regiões adjacentes.
“Eu fui vereador na capital, eu conheço. Ali é um peru no pires. Eu quero ver como vai resolver o viário. O viário está sem condições. Eu uso o aeroporto toda semana. Eu venho do Panambi, o trânsito todo parado, e queria saber qual a solução mágica que a Espanha vai dar para a nossa capital”, disse o deputado.
Em resposta, o diretor da Aena Brasil afirmou que 60% dos carros que passam pelo terminal de Congonhas são motoristas de aplicativos. Segundo ele, será construído um bolsão com 150 vagas para esses motoristas e, futuramente, o fluxo será direcionado para uma praça na área superior do estacionamento do edifício-garagem do aeroporto.
Está previsto ainda o alargamento de todas as vias próximas, além da integração do terminal aéreo com o metrô, com a inauguração da linha 17 ouro, em 2026.
Informações da Agência Câmara de Notícias
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