A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido, com o apoio do Terrence Higgins Trust, do National AIDS Trust e da British HIV Association, emitiu um pacote de medidas para pilotos que vivem com HIV para ajudá-los a voar e continuar suas carreiras. Como parte do processo, o regulador publicou orientações sobre como os pilotos que vivem com o vírus serão avaliados clinicamente para obter e manter suas licenças.
A nova orientação confirma que, com um diagnóstico oportuno de HIV e terapia antirretroviral, há um risco muito menor de um piloto sofrer condições que possam prejudicar sua capacidade de pilotar aeronaves com segurança. Este é um marco significativo na avaliação aeromédica global do HIV. Isso significa que agora existe uma maneira muito mais clara para os pilotos que vivem com HIV obterem certificação médica irrestrita (Classe 1) no Reino Unido.
Para alguns pilotos que vivem com HIV, também reduzirá a necessidade de testes cognitivos adicionais. A orientação também abrange os candidatos a certificados médicos de classe 3 que trabalham ou desejam trabalhar como oficiais de controle de tráfego aéreo.
Em outro movimento, o regulador também anunciou um período de seis meses durante o qual qualquer piloto ou oficial de controle de tráfego aéreo, que no passado não declarou seu status de HIV positivo ao solicitar um certificado aeromédico, pode apresentar-se à Autoridade de Aviação Civil para corrigir o seu registo, sem ter de notificar o seu empregador.
Qualquer pessoa que fizer isso dentro do período de seis meses não enfrentará nenhuma ação de fiscalização por não declarar previamente seu status positivo de HIV e a equipe médica do regulador trabalhará com uma revisão de seu estado de saúde seguindo as novas orientações.
Em declaração, Richard Moriarty, da Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido disse: “O Reino Unido continuará a liderar o caminho no apoio a pilotos que vivem com HIV para voar com segurança e perseguir suas carreiras e sonhos. Avanços médicos recentes significam que, se alguém com HIV gerenciar efetivamente sua condição, poderá viver uma vida quase normal. Nossa nova orientação reconhece isso. Quero apelar pessoalmente a qualquer pessoa que não tenha declarado seu status de HIV anteriormente para entrar em contato conosco nos próximos seis meses para que possamos redefinir isso com total confiança”.
Ian Green, CEO da Terrence Higgins Trust comentou sobre a importância do novo marco dizendo: “Essas mudanças marcantes, removendo as barreiras para que as pessoas vivendo com HIV tenham uma carreira completa como piloto comercial, refletem o enorme progresso que fizemos na luta contra o HIV nos últimos 40 anos e marcam o Reino Unido como líder global nas políticas de aviação. Restrições obsoletas estavam impedindo pilotos vivendo com HIV de seguirem em suas carreiras, mas agora as políticas e práticas da Autoridade de Aviação Civil refletirão a realidade de viver com HIV hoje”.
Afirmando a importância das medidas, Deborah Gold, diretora-executiva do National AIDS Trust, disse: “Estamos muito satisfeitos que a Autoridade de Aviação Civil tenha ouvido nossas preocupações e os pilotos agora possam declarar seu status de HIV sem que isso atrapalhe seu trabalho. O HIV é agora uma condição de saúde gerenciável a longo prazo e as pessoas com HIV podem viver vidas longas e saudáveis. Não há nenhuma razão médica para o HIV atrapalhar qualquer trabalho, incluindo pilotar aviões, e é ótimo ver a política da indústria de aviação do Reino Unido reconhecendo isso. O anúncio de hoje nos aproxima de um mundo onde o estigma do HIV não impede ninguém de viver a vida que escolher.”
Por fim, Laura Waters, presidente da British HIV Association, destacou que: “Os pilotos devem ser julgados por sua capacidade de pilotar aviões, não por estarem ou não vivendo com HIV. Nunca superaremos o estigma inaceitável que ainda enfrenta as pessoas que vivem com HIV se os órgãos não seguem a ciência – parabéns à Autoridade de Aviação Civil por fazer exatamente isso. Onde lidera no reconhecimento de que pessoas com HIV podem viver vidas normais, que outras organizações de aviação e outros órgãos importantes do Reino Unido sigam!”
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