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Autoridades aprovam compra, mas Avianca já não tem mais tanto interesse na Viva Air

Imagem: Avianca

A Avianca disse que a integração com a Viva não está fechada e que as condições não são as mesmas de quando ambas as empresas solicitaram o início do processo, abrindo sutilmente a porta para não continuar com o processo, reporta o Aviacionline.

Por meio de comunicado, a empresa afirmou que “dadas as implicações operacionais, financeiras e técnicas da decisão da Aerocivil, a Avianca estudará a resolução e as implicações das medidas expostas pela autoridade o mais breve possível para determinar a viabilidade no futuro”.

Destaca ainda que “a Viva Air já não dispõe das mesmas capacidades – rede de rotas, aviões, trabalhadores- que tinha antes da suspensão temporária das suas operações, fator que deve ser analisado em detalhe para determinar a pertinência das condições estabelecidas pelo Aeronáutica Civil”.

Da mesma forma, a Avianca indica que a resolução não é firme, pois “conforme vem disposto pela Aeronáutica Civil, contra esta decisão cabe recurso e reintegração não só pelas partes envolvidas, mas também por terceiros interessados ​​reconhecidos pela autoridade no processo (LATAM, Wingo, Ultra Air e Aerolíneas Argentinas)” e, portanto, “a aprovação com condições ainda não é firme”.

“Até que isso aconteça, a Avianca não tem poderes para intervir na situação operacional ou financeira da companhia aérea Viva, nem poderá resolver, conforme exige a resolução, a situação dos usuários afetados pela low-cost”, disse o comunicado. A empresa informou, no entanto, que continuará com os planos de assistência aos passageiros da Viva, oferecendo passagens gratuitas até 24 de março e com tarifas diferenciadas a partir de então.

Por último, a Avianca aumenta a pressão sobre a Aerocivil afirmando que “a celeridade da autoridade será fundamental para que haja uma solução que permita salvaguardar a existência do que resta hoje da pioneira de baixo custo na Colômbia”.

A situação é diametralmente oposta ao ocorrido em agosto de 2022 e a série de concessões que hoje a autoridade aeronáutica exige da Avianca são provavelmente demais para a operadora, que deve avaliar se faz sentido abrir mão de slots operacionais, receitas e frequências para salvar uma empresa que na prática não existe mais.

A declaração da Avianca, longe de ser uma reafirmação da ideia inicial de integrar a Viva, parece ser o início de uma saída elegante para um acordo que hoje não cabe.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.