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Aviação agrícola no RS deve ser beneficiada com estreia da 1ª usina de etanol feito de trigo no Brasil

Aeronave agrícola – Imagem ilustrativa

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) ressalta nesta semana que a aviação agrícola gaúcha pode ser um dos principais setores beneficiado pela entrada em funcionamento da primeira usina de etanol feito a partir de trigo no Brasil, prevista para este neste início de 2024.

A unidade tem capacidade de produzir 12 milhões de litros anuais do biocombustível, também a partir de centeio, cevada e milho. Ela foi construída no Município de Santiago, na região central do Estado, em um investimento de R$ 75 milhões da empresa CB Bioenergia, com R$ 35 milhões em incentivos fiscais por parte do governo Estadual.

Atualmente, o Rio Grande do Sul produz apenas 1% do etanol que consome. Com isso, a compra do biocombustível de outros Estados torna o produto mais caro para os gaúchos, eliminando a vantagem econômica de seu uso tanto em aeronaves agrícolas quanto em automóveis. O que se espera que possa ser revertido a partir de agora – incluindo a meta de que pelo menos 50% dessa demanda esteja sendo atendida até o final da década.

Além disso, o empreendimento deve impulsionar a produção de grãos no Rio Grande do Sul, que já é o maior Estado produtor de trigo, com 1,5 milhão de hectares de área plantada e produção de 4,5 milhões de toneladas do grão, além de estar em sétimo lugar no ranking do milho, com produção de mais de 7 milhões de toneladas do grão em pouco menos de 840 mil hectares da cultura.

A usina em Santiago deve beneficiar também a pecuária, pelo aproveitamento dos resíduos e moagem de grãos na fabricação de ração animal.

Frota e segunda planta no RS

No caso da aviação, o SINDAG ressalta que o Rio Grande do Sul possui a segunda maior frota aeroagrícola do Brasil, com mais de 400 aeronaves, segundo registros na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Apesar de pelo menos um terço de frota nacional do setor ser movida a etanol, esse percentual não se reflete entre os operadores gaúchos, justamente por causa do custo maior do biocombustível em relação a Estados com grande quantidade de usinas e produção de cana-de-açúcar, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Além do empreendimento de Santiago, já há outro empreendimento ainda maior, previsto para sair do papel até 2025, em Passo Fundo, no norte gaúcho. Neste caso, o projeto é da empresa gaúcha Be8 (antiga BSBios), que, no último mês de agosto, anunciou a intenção de investir R$ 556 milhões em uma planta com capacidade para produzir até 220 milhões de litros de etanol por ano, tendo como matérias-primas culturas de inverno como milho, trigo, triticale, arroz e sorgo.

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