Aviação comercial russa quer produto de classe mundial para não depender do Ocidente

Avião Sukhoi Superjet SSJ100
Sukhoi SSJ100 Superjet – Imagem: Superjet International.

Enquanto a aviação militar na Rússia é praticamente independente de parceiros e tecnologias estrangeiras, a aviação civil ainda tem um alto nível de dependência, por isso a Rússia entende ser importante elevar a ciência doméstica a um novo nível e definir a tarefa de produzir um produto de classe mundial. Esta opinião foi expressa por Viktor Chuiko, Presidente da Associação Internacional “Union of Aviation Engine Building”, durante o Fórum “Import Independence of Aircraft Building”, realizado na Ufa State Aviation Technical University (USATU).

“A aviação militar é praticamente independente [de parceiros e tecnologias estrangeiras]. Quanto à aviação civil, não há grande dependência de aviões de fabricação soviética ou dos anos 1990, mas aeronaves modernas, Sukhoi Superjet e MC-21, que está terminando testes, há uma grande dependência. Para o Sukhoi Superjet, o equipamento estrangeiro no projeto foi de 80%, para o MC-21, 60%. A substituição de importação é extremamente importante, porque nas condições atuais é muito difícil para operar essas aeronaves, e a tarefa é elevar o papel da ciência e do desenvolvimento a um novo nível, pelo menos ao nível mundial”, disse Chuiko, como relata a agência de notícias estatal TASS.

Falando sobre o problema da independência das importações da indústria aeronáutica, Chuiko observou que, em geral, o país deve se deparar com a tarefa não tanto de substituição de importações, mas de produção de um produto de classe mundial.

Os participantes do fórum também chamaram a atenção para a necessidade de maior interação entre produção, instituições tecnológicas e consumidores.

O fórum russo “Import Independence of Aircraft Industry” está sendo realizado em Ufa de 2 a 4 de junho na Universidade Técnica de Aviação do Estado de Ufa. 

Durante o evento, os presentes debaterão os problemas de desenvolvimento de sistemas elétricos de aviação doméstica, novas formas de cooperação entre indústria e universidades na formação de pessoal de engenharia para empresas do país, resolvendo os problemas de garantir a independência das importações no campo de reparo e manutenção de motores de aeronaves estrangeiras e nacionais com tecnologias estrangeiras, desenvolvimento de tecnologias de informação nacionais, incluindo software intensivo em ciência e sistemas de computação e outros.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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