Avianca Brasil entra com pedido de recuperação judicial

Após o acúmulo de diversas dívidas com credores, como lessores de aeronaves, a Avianca Brasil solicitou hoje (11) pedido de recuperação judicial junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, onde a empresa é baseada.




Avião Airbus A320neo Avianca

A empresa já vinha há alguns meses realizando cancelamentos programados de voos visando a retirada de algumas aeronaves Airbus A320neo que são da BOC Aviation, a credora que foi de maneira mais prematura e intensa à justiça contra a Avianca Brasil.

No pedido de recuperação judicial (que suspende a cobrança de todos os credores por um prazo que pode ir de 180 a 365 dias) a companhia alega que, caso a situação continue como está, pode ter que cancelar diversos voos e deixar 77 mil passageiros no chão em plena alta temporada.

Informações obtidas pelo AeroIN junto a pessoas próximas dos lessores indicam que o fechamento de empresas na Europa nos últimos tempos, como a Air Berlin, a Primera Air, a Monarch e o agravamento da situação financeira da Etihad, da Jet Airways, da Alitalia e outras, têm resultado numa pressão maior por parte dos lessores.

Todas as aeronaves que a Avianca Brasil retornou aos lessores são novas, com poucos meses de uso, o que significa um atraso de pagamento menor (de até 3 meses em alguns casos). Por um outro lado o leasing desses aviões é mais caro que dos aviões mais antigos, que já sofrem com depreciação.

Entretanto, uma análise exclusiva feita pelo AeroIN no ano passado apontou que o leasing de uma aeronave pode voltar a custar mais caro 10 anos depois da entrega da aeronave mesmo com a depreciação. O motivo é simples: a oscilação do dólar frente ao real numa economia frágil como a do Brasil. Este também foi um dos motivos alegados pela Avianca Brasil no pedido de hoje.




Outro fato relevante colocado foi a greve dos caminhoneiros, que elevou ainda mais o preço do querosene de aviação que já estava em alta, além de gerar custos devido a atrasos, cancelamento e tankering.

No mercado de ações, os papeis da Avianca Holdings da Colômbia, irmã da Avianca Brasil, teve uma queda abrupta de 24% quando a notícia da recuperação judicial foi publicada, mas se recuperou na bolsa de Nova Iorque encerrando o dia apenas 5 cents abaixo da abertura, 1% a menos.

Já no Brasil as ações das concorrentes dispararam: a GOL liderou com alta de 13% seguida da Azul com 7% e da LATAM com 4%.

Recuperação Judicial em companhias aéreas

No Brasil existe um certo trauma quanto à recuperação judicial na aviação devido ao caso da Varig, que não teria seu caso resolvido mesmo que tivesse contado, na melhor das hipóteses, com uma ajuda do governo e da justiça.

Porém no exterior existem diversos casos de sucesso como da Japan Airlines (JAL), American Airlines e a mais recente da Republic Airways (as quais são muito acusadas de utilizar o recurso apenas para renegociar dívidas e relaxar contratos com trabalhadores).




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