Avianca entra com um recurso para viabilizar a compra da Viva e faz concessões

A Avianca apresentou um recurso à Aeronáutica Civil colombiana expressando sua disposição de propor soluções para resolver as preocupações levantadas pelas autoridades em sua objeção ao pedido para que ela e a Viva se tornem parte do mesmo grupo empresarial. A Avianca propõe os cinco pontos abaixo:

1. Redução das operações no aeroporto El Dorado, em Bogotá: devolução de uma porcentagem relevante de slots – licenças de pouso e decolagem – à Aerocivil e cessão de slots com ativos – associados – aos concorrentes, com o objetivo de que outras companhias aéreas possam, se assim o desejarem, aumentar suas operações no El Dorado.

2. Sobrevivência da Viva: manter a marca e seu modelo de baixo custo; preservar o maior número possível de empregos, manter parte de suas aeronaves e a operação das rotas em que a Viva voa com exclusividade.

3. Proteção tarifária: nas três rotas em que ambas as companhias aéreas terão 100% de operação como resultado da transação.

4. Impulsionar a conectividade regional: oferecer acordos de compartilhamento de códigos ou de interlinha com a Satena nas rotas onde ela é a única operadora, fortalecendo o papel social desta empresa para tornar os territórios isolados do país mais competitivos.

5. Manutenção dos acordos entre linhas aéreas firmados pela Viva: para garantir a conectividade que esta empresa proporciona aos passageiros e a outras companhias aéreas.

Adrian Neuhauser, Presidente e CEO da Avianca, comentou: “Estamos abertos e dispostos a continuar construindo a história da Colômbia e a contribuir para o fortalecimento do mercado aéreo, de forma que o país esteja cada vez mais e melhor conectado. Por esta razão, colocamos diferentes alternativas sobre a mesa para que as autoridades possam estudá-las à luz da proteção do maior número de empregos formais, mantendo a conectividade regional que a Viva oferece, assim como sua marca e aquilo que a torna especial. Tudo isso com o objetivo de garantir o bem-estar geral dos usuários do transporte aéreo, especialmente aqueles que voaram pela primeira vez graças à Viva”.

Deve-se lembrar que em abril passado os acionistas da Avianca compraram 100% dos direitos econômicos da Viva, sem que isto incluísse o controle ou a administração. Posteriormente, em agosto, e dado o aviso dos arrendadores de aeronaves da Viva sobre sua complexa situação econômica, ambas as empresas solicitaram à Aerocivil autorização para se tornarem parte do mesmo grupo empresarial, um processo que foi contestado pela autoridade.

“Como é sabido, a Viva está passando por uma situação financeira complexa, como resultado do impacto de dois anos de pandemia, e exacerbada pelo forte aumento dos preços dos combustíveis este ano, bem como pela desvalorização do peso colombiano. A Avianca confia nas instituições do país e em que estas alternativas serão levadas em conta para proteger os passageiros, empregos e promover a conectividade, para dar aos colombianos mais acesso ao transporte aéreo”, diz a nota da empresa.

A empresa respeita e respeitará as decisões das autoridades e, caso a decisão torne impossível o resgate da Viva e seus consequentes efeitos, a Avianca, dentro da capacidade legal e operacional que possui atualmente, fará todo o possível para atender a demanda e as necessidades do país, no caso do possível desaparecimento de um concorrente”, conclui.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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