Entre o final de 2005 e meados de 2015, a empresa aérea Ocean Air (mais conhecida como Avianca Brasil após o licenciamento para uso da marca da empresa colombiana) operou quase duas dezenas de aeronaves Fokker 28 MK-0100. No entanto, por motivos mercadológicos, essas aeronaves não eram chamadas localmente pela empresa por seu nome mais popular, “Fokker 100”, e sim pela combinação “MK-28”.
A iniciativa para a mudança de nome foi tomada em 2007, quando José Efromovich comandava a então Ocean Air. Indagado à época, Efromovich disse em tom de brincadeira que “o avião é meu e eu chamo como eu quiser”.
No entanto, a adoção da abordagem de marketing em torno do nome da aeronave tem uma explicação. A ação foi tomada na tentativa de dissociar o modelo operado pela empresa do trágico acidente vivenciado com um jato da TAM em 1996, que caiu segundos após decolar de Congonhas, em São Paulo. Na ocasião, 99 pessoas perderam a vida.
Não apenas o acidente, mas uma série de incidentes posteriores também ajudaram a arruinar a reputação do Fokker 100 entre os viajantes brasileiros, a despeito de ser considerada uma aeronave confiável por seus milhares de voos diários mundo afora.
Para as empresas aéreas, por sua vez, o jato holandês tinha fama de ser um “fazedor de dinheiro” por seu custo operacional relativamente baixo. Então, para uma companhia nova como a Ocean Air, fazia sentido insistir no modelo.
E se pode até comentar que a própria Ocean Air e Avianca Brasil ajudaram a restabelecer a confiança no Fokker 100 após realizarem mais de 200 mil voos e transportarem mais de 12 milhões de passageiros com esse modelo de aeronave ao longo do tempo em que o operaram.
Hoje, resta cerca de uma centena de jatos Fokker 100 em operação no mundo. Tais aviões vêm sendo gradualmente substituídos por outros modelos de aeronaves mais novos, como os Embraer E190 e E195, ATR 72, Airbus A220 e outros. No entanto, não se pode negar que foi um modelo de sucesso dos anos 1990 e 2000.