Uma movimentação fora do comum nessa sexta-feira, 27 de janeiro, chamou atenção de quem gosta de acompanhar voos pelos aplicativos de rastreamento online de aviões.
Um grande jato de viagens intercontinentais decolou do Brasil rumo à Europa, porém, pouco depois de partir, parou a subida em uma altitude muito inferior ao comum dos aviões comerciais à jato e assim prosseguiu por todo o percurso, desde o cruzamento de todo o espaço aéreo brasileiro até a travessia do Oceano Atlântico.
No momento da publicação dessa matéria, o avião passava sobre o arquipélago de Cabo Verde, a oeste da África, mantendo os mesmo 10 mil pés (3 mil metros) de altitude em que estabilizou pouco depois da decolagem, conforme pode ser acompanhado na tela de rastreamento a seguir (Obs: pode não aparecer quando seu sinal não estiver sendo captado).
Como visto na tela acima, a aeronave é o Airbus A330-300 de matrícula EC-LUB, da companhia aérea espanhola Iberia, que decolou do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 11h00 da manhã, no voo IB-34 com destino a Madri, na Espanha, com uma escala em Gran Canaria, nas Ilhas Canárias (território espanhol a noroeste da África).
Uma verificação no histórico de voo desse Airbus A330 feita pelo AEROIN nessa sexta-feira mostra que ele pousou em Guarulhos no início da manhã da última terça-feira, 24 de janeiro, e partiria para Madri às 15h40 do mesmo dia, porém, o voo foi cancelado.
O jato permaneceu no solo brasileiro até essa sexta-feira e, então, decolou para esse voo com limitação de altitude e, por consequência, com necessidade de uma escala para reabastecimento. Isso acontece porque o voo mais baixo resulta em maior atrito com o ar atmosférico mais denso e, assim, gasto elevado de combustível pela necessidade de mais potência nos motores.
Não há informações conhecidas sobre o motivo da limitação, porém, a altitude de 10 mil pés costuma indicar problemas relacionados com o sistema de pressurização ou com algo que impeça seu funcionamento, já que nessa altitude há pressão, temperatura e oxigênio adequados para o corpo humano, permitindo o voo sem o funcionamento do sistema de pressurização.
Embora haja oficinas e técnicos de manutenção no aeroporto de Guarulhos, bem como técnicos da própria empresa podem ser enviados ao local para uma intervenção, possivelmente a complexidade da manutenção necessária levou a Iberia a optar por realizar o translado do A330-300 até sua principal base em Madri.
Ressalta-se, mais uma vez, que não há uma confirmação oficial sobre essas informações de um problema de pressurização e da decisão da companhia, sendo apenas possibilidades levantadas a partir das características observadas na operação.
Também é importante comentar que voos como esse, para realização de manutenção em outra localidade, são geralmente efetuados apenas com a equipe técnica necessária, sem transporte de passageiros.
Atualização: o relato de um passageiro brasileiro revelou qual foi o problema com o Airbus A330 em Guarulhos. Mais detalhes neste link ou no título logo abaixo.