Essa semana, uma rara aeronave aterrissou no Brasil. Quem a vê, rapidamente percebe suas características peculiares, como a protuberância na parte superior da fuselagem (dedicada a testes de conectividade) e nem “pequena asa” afixada na parte dianteira direita do avião.
Observação antes de continuar: na verdade, disse “pequena asa” para facilitar a identificação na foto, mas, na verdade, é um pilone aeronáutico, ou seja, um suporte que conecta a estrutura da aeronave a algo ela carrega; por exemplo, esse avião também permite testes com pequenos motores.
A avião em questão é um Boeing 757-200, e foi o quinto desse modelo a ser produzido pela Boeing. Atualmente, ele cumpre o nobre papel de plataforma de testes voadora, podendo testar desde motores a sistemas radares e navegação.
O jato pertence à Honeywell, multinacional americana listada na Bolsa de Nova York e que figura entre as 500 maiores companhias do mundo. Uma empresa de ponta, que atua em vários setores de alta tecnologia e que, no segmento aeronáutico, tem papel de protagonista, com um enorme rol de produtos de alta performance.
Embora os sistemas embarcados permitam uma grande variedade de testes, sua passagem pelo Brasil teve um objetivo específico: testar a conectividade do JetWave(R) – hardware produzido pela Honeywell – à rede de satélites Global Xpress (ou GX), da Inmarsat.
O propósito final dos voos de testes é contribuir para o desenvolvimento contínuo da banda-Ka (conexão via satélite de alta velocidade) para a aviação.
Cabe ressaltar que, cada vez mais, a banda larga será oferecida pelas empresas aéreas, inclusive com objetivo de fidelização de passageiros. Essa transformação já começou. Exemplo disso é o fato de empresas como Singapore Airlines e Qatar Airways estarem instalando hardwares como esses em suas aeronaves, a fim de elevar a barra do serviço de bordo.
Uma curiosidade. Durante o voo, um dos principais testes consiste em acessar os aplicativos que os passageiros gostariam de usar, como o YouTube e Netflix, e assistir a filmes inteiros simultaneamente, por exemplo.
No último sábado (9), a aeronave cruzou quase que a totalidade do território nacional até pousar no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Segunda-feira (11) o avião foi deslocado para o GRU Airport. Nos dias em que permaneceu em território nacional, o raro Boeing 757 fez diversos voos de testes, principalmente sobre o território do interior paulista.
Fotos AEROIN e Vitor Dias Lacerda – Viracopos Full HD (gentilmente cedida)