
O incidente grave com um Boeing 777-300 da LATAM (de registro PT-MUG) em 9 de julho, no qual o avião sofreu um severo tailstrike ao decolar do Aeroporto de Malpensa, em Milão, foi resultado de dados incorretos inseridos pelos pilotos.
A Autoridade Italiana para a Segurança dos Voos (ANSV) divulgou o relatório preliminar em 23 de agosto, em que diz que pilotos aparentemente inseriram informações erradas no computador de bordo, resultando na tentativa de decolagem em uma velocidade inadequada.
Na ocasião, o Boeing, com 398 passageiros e membros da tripulação a bordo, estava a caminho de São Paulo. As câmeras de vigilância do aeroporto registrarem o momento em que a fuselagem traseira da aeronave arrastou-se pela pista por cerca de 720 metros, levantando nuvens de poeira e fumaça, antes que o avião finalmente conseguisse decolar.
Novas imagens mostram que o Boeing 777 da LATAM arrastou por centenas de metros a cauda até conseguir sair do chão na decolagem no Aeroporto de Milão
— AEROIN (@aero_in) July 11, 2024
Via @OnDisasters
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Logo após a decolagem, os pilotos interromperam rapidamente a ascensão a cerca de 6.000 pés (1.800 metros) e iniciaram o procedimento de despejo de combustível, realizando um retorno de emergência a Milão devido aos danos extensos na estrutura do avião.
O Boeing 777 ficou retido no solo por vários dias antes que a LATAM conseguisse levá-lo de volta a São Paulo, onde permanece até agora para os reparos necessários. A investigação do incidente, conduzida pela agência de segurança aérea da Itália, revelou que um simples erro por parte dos pilotos teria causado o incidente.
Para calcular a velocidade de decolagem correta, os pilotos devem inserir vários parâmetros no computador de gerenciamento de voo. No entanto, nesse caso específico, acabaram inserindo um valor distinto no campo Peso Zero de Combustível (ZFW), que é o da aeronave descontado o combustível abastecido. Com este valor errado, o computador calculou uma velocidade de decolagem muito inferior à necessária.
O que surpreende nesse incidente é que, no momento do ocorrido, havia três pilotos na cabine, incluindo um Comandante instrutor que estava treinando um dos outros membros da tripulação. Outro dado alarmante é que os pilotos acreditaram que a velocidade de rotação era de 149 nós, muito abaixo do normalmente requerido para um Boeing 777 totalmente carregado.
A investigação agora continua rumo ao relatório final do caso, que deve ser publicado dentro de alguns meses. A LATAM enviou nota ao AEROIN falando sobre as informações preliminares divulgadas:
A LATAM relembra que, em 9 de julho de 2024, a aeronave que operava o voo LA8073 (Milão-São Paulo/Guarulhos) precisou retornar ao aeroporto de origem após o registro de contato entre a parte traseira do avião e a pista durante a decolagem. O voo foi cancelado e o desembarque ocorreu normalmente em segurança, sem intercorrências. Toda a assistência necessária foi oferecida aos passageiros, que foram realocados em outros voos da LATAM e de outras companhias.
A LATAM ressalta que segue cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido e aguarda a publicação do relatório final pela Autoridade Italiana de Segurança Aérea (ANSV). A companhia esclarece que o relatório emitido pela autoridade é preliminar e não apresenta as causas prováveis ou conclusões da investigação.
A LATAM esclarece ainda que a aeronave em questão permanece fora de operação para processo previsto de revisão e manutenção em conjunto com a sua fabricante. A companhia segue todas as medidas nacionais e internacionais de segurança técnica e operacional para uma operação segura.

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