Avião da TAP quase acertou casas na semana passada após reversor abrir na arremetida

Um sobrevoo a menos de 100 metros de várias casas em um voo da TAP foi provavelmente causado por um problema com o reversor do motor na hora da arremetida.

O caso, considerado muito grave, aconteceu na sexta-feira, 8 de abril. Na ocasião, como o AEROIN relatou, um Airbus A320ceo da TAP Air Portugal iniciou uma arremetida após já ter tocado o solo do aeroporto internacional de Copenhague, mas teve dificuldades na subida para ganhar altura e velocidade.

Com isso, o avião com 109 pessoas a bordo passou a menos de 100 metros de casas. Relatos iniciais apontaram para um possível contato do motor esquerdo no chão, já que a aeronave estava desalinhada com a pista em razão do forte vento lateral, mas isso ainda será confirmado na investigação.

O que se sabe, no entanto, é que o Conselho Dinamarquês de Investigação de Acidentes (Havarikommissionen) informou que o comandante da aeronave decidiu iniciar a arremetida, colocou as manetes de potência na posição TOGA (Decolagem/Arremetida, onde a potência máxima disponível é aplicada), porém o reversor, que tem a função de desacelerar a aeronave revertendo o fluxo de ar no motor, acabou abrindo e impedindo que o avião acelerasse da maneira correta.

Este tipo de ocorrência é bem rara, já que os aviões são projetados para jamais abrir o reversor em voo ou durante alguma fase de aceleração (com exceção do cargueiro militar C-17 em pousos táticos e extremamente curtos).

Dois acidentes deste tipo são os mais conhecidos dentre os raríssimas existentes: a de um Airbus A300-600 da East Midlands (DHL) em 2011, e, a mais famosa, do Boeing 767 da Lauda Air, no voo 004. Neste último caso, o dono da empresa e conhecido ex-piloto de Fórmula 1, Niki Lauda, pressionou a Boeing para que ela admitisse que a abertura de reverso em voo colocaria o jato numa situação sem controle e irreversível.

O que causou o acionamento do reverso em voo neste caso, que vitimou 223 pessoas, não ficou esclarecido. Já no caso do DHL (sem vítimas) foi um erro de procedimento após o pouso, que não era muito claro e foi mal aplicado.

O caso da TAP em Copenhague segue sob investigação segundo o site AviationHerald, que revelou primeiramente o incidente.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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