No final da tarde desta sexta-feira, 6 de setembro, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável pela investigação de acidentes aéreos no Brasil, divulgou dados do relatório preliminar da queda do ATR 72-500 da Voepass, de matrícula PS-VPB, em 9 de agosto de 2024.
A aeronave em questão decolou do aeroporto Coronel Adalberto Mendes da Silva, em Cascavel, no Paraná, com destino ao aeroporto Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, a fim de realizar transporte aéreo público regular com 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Durante o voo em rota, e quando sobrevoava a cidade de Vinhedo (SP), a tripulação perdeu o controle da aeronave.
Segundo o relatório preliminar divulgado hoje pelos militares do Cenipa, aeronave e tripulantes estavam voando com todas as certificações em dia e tinham treinamento em voo com condição de formação de gelo em rota. Não houve chamada de emergência ao controlador de tráfego aéreo.
A análise dos dados do voo, obtidos das caixas-pretas, mostra que os pilotos ligaram o sistema de degelo ainda durante a subida, mas teriam comentado entre eles sobre uma falha no sistema. Minutos depois, o sistema de degelo das asas foi desligado e o aviso de gelo também não anunciou.
Ao longo do voo, o alerta de gelo chegou a ser ativado e desativado em várias ocasiões, com intervalos de 10 segundos de ativação e espaço de 2 minutos entre uma ativação e outra.
Uma luz avisando de velocidade baixa e perda de performance foi ligada instantes antes da última ativação do sistema de degelo até a perda do controle.
Quando a aeronave começou a entrar em estol (perda de sustentação) pela perda de velocidade, houve uma curva contrária ao que o avião estava fazendo e a perda de controle que levou ao parafuso chato.
Em nenhum momento os pilotos declararam emergência ou relataram na cabine sobre os problemas que aconteceram.
A investigação das causas do acidente continua e um relatório final será publicado quando os trabalhos estiverem concluídos. Isso pode demorar até mais de um ano, a depender da complexidade do caso.
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