Avião Embraer não consegue decolar “por excesso de burocracia” em Cabo Verde

Foto: Bestfly

Cinco meses após ter pousado em Cabo Verde, o primeiro jato Embraer E190 da companhia aérea Bestfly ainda não está voando. Segundo a empresa, isso “se deve ao excesso de burocracia”, que estaria impedindo a certificação do novo modelo.

Como relata o Expresso das Ilhas, Nuno Pereira, CEO da empresa, disse anteriormente que “não terminamos de certificação porque o quadro jurídico-legal é muito burocrático. Precisamos fazer com que Cabo Verde possa ganhar dinheiro com a aviação e não gastar dinheiro com aviação, como tem acontecido até agora”.

A empresa, que tem origem angolana, tem objetivo operar seis aeronaves, incluindo dois jatos Embraer E190, que devem ser usados em voos para África ocidental e Portugal. Diante das dificuldades, no entanto, o executivo ameaçou mudar os planos, ressaltando que apenas está em Cabo Verde “por conta dos laços afetivos”.

Há alguns meses, a própria Embraer chegou a enviar uma equipe até o país ilhéu, com objetivo de apoiar no processo de certificação. No entanto, o pessoal da empresa critica os processos da agência local de aviação, que seriam desatualizados.

“Temos uma autoridade bastante competente, mas bastante, entre aspas, desatualizada em termos de regulamentação, que precisa de um refresh para poder permitir que se ajustassem às novas realidades da indústria e que permitissem um crescimento da indústria de aviação em Cabo Verde, que nós acreditamos que pode ser um grande polo de desenvolvimento, aeronáutico, na região. Mas enquanto não houver este ajuste jurídico-legal, do quadro regulamentar, tal não será possível”, acrescentou Nuno Pereira, como relatou o Expresso da Ilhas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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