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Avião russo IL-76 é visto voando em espaço aéreo da OTAN com carga nuclear; entenda

Em meio à invasão russa na Ucrânia e o fechamento do espaço aéreo de países da OTAN para aviões da Rússia, um voo chamou atenção ao ser visto sobre a Europa. O assunto ganhou repercussão, mas o voo tem uma explicação.

© FlightRadar24 / Ronnie Macdonald

O voo foi realizado na manhã desta terça-feira (01) entre Moscou e Bratislava, capital da Eslováquia, pelo Ilyushin IL-76 da Volga-Dnepr Airlines, empresa privada da Rússia e maior aérea cargueira do país.

A rota chamou a atenção porque evitou a Ucrânia, sobrevoou a Polônia, membro da OTAN e da União Europeia, que baniu voos provenientes da Rússia ou de aviões de companhias aéreas de lá, e, obviamente, pelo fato de ter como destino um outro país-membro do bloco e da aliança militar, a Eslováquia.

IL-76 da Volga pousando em Campinas – Viracopos

Diante da repercussão que os assunto foi ganhando, o próprio governo eslovaco foi a público para explicar o motivo voo. Segundo o Ministério da Economia, em nota oficial, o voo feito pelo IL-76 estava transportando combustível nuclear da Rússia para os reatores do país.

A Eslováquia era parte do bloco socialista (ainda como Tchecoslováquia), na época da União Soviética, e possui hoje quatro reatores nucleares PWR/VVER (Reator de Água Pressurizada), de mesma tecnologia que é usado no Brasil nas Usinas de Angra 1, 2 e, futuramente, 3.

Estes reatores, assim como os outros, utilizam varetas de urânio enriquecido onde a fissão dos átomos acontece gerando calor, aquecendo a água e transformando-a no vapor que faz movimentar as turbinas, e assim gerando energia, segundo as Indústrias Nucleares Brasileiras.

A obtenção deste material é o principal desafio para gerar energia nuclear e também criar armas nucleares, sendo que nem todos os países tem essa capacidade. Por isso, a Eslováquia precisa importar as varetas.

Segundo o Ministro da Economia do país, Richard Sulík, “depois do gás e do petróleo, a nossa economia tem outra energia garantida. Eu estou grato que conseguimos administrar a logística para isso, e gostaria de agradecer o Ministro das Relações Exteriores e do Transportes pela excelente coordenação com as permissões”.

As permissões que o ministro fala são as exceções que a Polônia, Eslováquia e outros países fizeram ao banimento de voos russos. Dentre elas estão voos humanitários e essenciais, como foi o caso desta carga de combustível nuclear.

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