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Avião usado pelos militares para lançar críticos do governo no mar volta à Argentina

Imagem Mariano Gomez, reprodução Twitter (abaixo)

Após anos de buscas, o turboélice usado pela Ditadura da Argentina para praticar atos de violência e execuções chegou no sábado (17) ao país sul-americano, após uma jornada de cerca de 20 dias iniciada nos Estados Unidos. A aeronave Short SC.7 Skyvan foi a primeira relacionada aos chamados “Voos da Morte”, já confirmados em um tribunal.

O avião foi usado para matar Azucena Villaflor, uma das líderes do grupo de Mães da Praça de Maio que procuravam informações sobre crianças desaparecidas depois dos atos da Junta Militar. Assim como ela, outras muitas pessoas tiveram o mesmo destino. Agora, o antigo avião terá como destino o Museu da Memória.

Segundo testemunhas de prisioneiros, eles eram submetidos a uma suposta vacinação que era na realidade um forte sedativo. Em seguida, eram encapuzados, amarrados e embarcados nos aviões. Muitos corpos desapareceram sem deixar vestígios, mas pelo menos 71 foram encontrados. 44 na Argentina e 27 no Uruguai, segundo a Equipe Argentina de Antropologia Forense.

Como relata o El Pais, a busca pelo avião envolveu um fotógrafo italiano e uma jornalista que é sobrevivente de um dos centros da Ditadura Militar argentina. A busca começou quando Giancarlo Ceraudo se juntou a Miriam Lewin para investigar o desaparecimento dos equipamentos usados para praticar execuções. Eles então descobriram que algumas das aeronaves foram parar nos Estados Unidos e em Luxemburgo.

Ceraudo e Lewin tiveram grande contribuição para o retorno da aeronave, pois localizaram o PA-51 Skyvan na Flórida em 2010. O governo argentino decidiu comprar o avião para que seja parte da memória de tempos difíceis no país.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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