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Um voo muito estranho e suspeito de um Boeing 737 pode revelar uma entrega de encomenda feita debaixo dos panos, numa operação que incluiu uma falsa declaração de emergência.
A história é confusa e ainda não foi esclarecida completamente, mas envolve uma empresa da Armênia, aeroportos da Estônia, Ucrânia, Emirados Árabes Unidos e Irã, e um roteiro digno de filme da época da Guerra Fria.
Tudo começa com a Fly Armenia Airways, uma pequena empresa aérea armênia que iniciou as operações no ano passado com um Boeing 737-400 e um 737-300, sendo este último de matrícula EK-FAA.
Este 737-300 estava na Estônia, como mostra a foto acima, num registro do Flickr, feita pelo fotógrafo Wouter Cooremans. A aeronave estava estocada por causa da pandemia, porém, iria voltar para a empresa e, para isso, um voo teria sido agendado para a Ucrânia, onde reparos seriam feitos.
Foi então que a aeronave decolou de Tallin, na Estônia, mas não para a Ucrânia, e sim para a Bulgária, parte da União Europeia. Porém, isto não podia ocorrer, já que a UE não permite que aeronaves registradas na Armênia voem para países membros.
Após voltar, no dia seguinte os planos teriam mudado e o jato decolou para os Emirados Árabes Unidos (o que algumas pessoas apontam como sendo o destino original, sendo que a parada na Ucrânia seria apenas uma escala). No entanto, ao invés de pousar em Sharjah, cidade vizinha de Dubai, o jato declarou emergência quando sobrevoava o Irã, e pousou neste país.
Segundo o jornal Pan Armenian, o 737-300 pousou em Teerã e, coincidentemente, a Caspian Airlines anunciou que recebeu um jato do mesmo modelo no mesmo dia.
Devido às sanções impostas ao Irã, empresas não podem negociar com o país e, caso façam, serão punidas com proibição de importação de qualquer produto vindo dos EUA, o que pode quebrar muitas empresas aéreas, já que muitos dos equipamentos dos aviões são produzidos por empresas americanas.
O mais bizarro disso tudo é que a Fly Armenia Airways postou ontem em seu Facebook, sem citar o caso, que cancelou sua coletiva de imprensa já que os seus executivos não conseguiram voltar do Irã.
O mistério continua, e as autoridades da Armênia se limitaram a dizer que não receberam denúncia de nenhum voo sendo sequestrado ou em emergência, e afirmou que os tripulantes do voo que saiu de Tallin não eram armênios, gerando mais suspense sobre o assunto.