Avião voa por quase 12 horas, mas não pousa no local esperado por causa de um vulcão

No último sábado (28), alguns voos que cruzaram o Oceano Pacífico nas rotas entre os Estados Unidos e o Japão, foram vistos nos aplicativos de rastreamento de voos fazendo trajetos com desvios incomuns. Num dos casos, um Boeing 787-9 da American Airlines chegou voar até um certo ponto no meio do mar, antes de fazer meia-volta e retornar para pouso.

Ao todo, o Boeing 787-9 (N838AA) que fazia o voo AA-61 ficou 11 horas e 50 minutos no ar, tendo decolado de Dallas com destino a Tóquio, mas terminando em Los Angeles. Curiosamente, a viagem até Tóquio duraria 12 horas e 55 minutos.

Imagem: Radarbox

Normal, pero no mucho

Como mostram os dados da plataforma de rastreamento Radarbox, o voo partiu mais ou menos como planejado e passou bem mais de sete horas no curso padrão em direção a Tóquio, voando para noroeste até Washington e depois iniciando a travessia do Pacífico, permanecendo ao sul do Alasca.

No entanto, cerca de 7h25min após a decolagem, pouco antes de chegar à Linha Internacional de Data, o avião deu a volta em direção ao continente. Neste ponto, foi tomada a decisão de voar para Los Angeles, e o avião pousou ali cerca de 4h20min depois de fazer a curva de retorno.

Mais tarde, a empresa aérea informou que o voo foi cancelado devido às condições climáticas, mais especificamente, por conta de uma erupção vulcânica.

Houve um vulcão que entrou em erupção em Bezymianny, uma península na costa leste da Rússia. Embora as companhias aéreas dos EUA não usem o espaço aéreo russo, o local fica no Oceano Pacífico, não muito longe de onde a maioria das companhias aéreas voaria.

Desvios

O voo da American foi o único a retornar aos Estados Unidos. Outros voos em horários similares optaram por alterar as rotas. Dois exemplos foram os voos UA-837, de San Francisco para Tóquio, e o UA-7, de Houston para Tóquio. Ambos tiveram um aumento de uma hora de voo por conta de mudanças de trajeto, como mostram as imagens abaixo.

A pergunta que resta é por que a American teve o voo retornado. Sobre isso, a companhia não se pronunciou. Poderia ter sido por motivo de combustível limitado para o desvio ou apenas uma precaução adicional. O que se sabe, no entanto, é que nos dias seguintes, os voos retomaram à sua rota normal, embora o vulcão ainda esteja em atividade na Rússia.

Imagem: Radarbox
Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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