Aviões da Cathay voltam a usar rotas polares e voar sobre o espaço aéreo russo

A partir de amanhã, 1º de novembro, a companhia aérea de Hong Kong, Cathay Pacific, vai restaurar algumas de suas rotas que sobrevoam o espaço aéreo russo, conforme noticiado pela Bloomberg. Desta forma, a empresa vai retomar as suas operações aéreas sobre as regiões polares pela primeira vez desde as restrições iniciadas em fevereiro, na sequência da invasão russa da Ucrânia e da consequente limitação imposta aos operadores estrangeiros para sobrevoar o país com a maior área do mundo.

Como destaca o Aviacionline, inicialmente, a medida afetou as empresas europeias. No entanto, as companhias aéreas da Coreia do Sul, Japão e algumas chinesas decidiram mais tarde evitar o espaço aéreo por razões de segurança. A situação obrigou ao reagendamento das rotas habituais de voo e, em alguns casos, à suspensão dos serviços. 

O tamanho e a localização do espaço aéreo russo o tornam um elo crítico, especialmente graças à economia de tempo possibilitada pelo uso de rotas próximas ao Círculo Polar Ártico. Por esse motivo, o fechamento complicou especialmente as operações aéreas entre o Extremo Oriente, a Europa e a América do Norte.

No entanto, muitos os operadores da China, Índia, Turquia e Oriente Médio continuaram a sobrevoar a Rússia sem grandes impedimentos.

As rotas polares

A Cathay Pacific, por sua vez, que era uma das empresas que havia suspendido os serviços, voltará a usar as conhecidas rotas polares a partir de amanhã. Inicialmente, ligará os aeroportos de Hong Kong e Nova Iorque em uma operação que incluirá o sobrevoo de uma parte do setor leste do espaço aéreo russo. A empresa citou ventos contrários e problemas no transporte da carga útil desejada como o principal motivo para restaurar as rotas normais.

Nesse sentido, a Cathay Pacific explicou que a decisão visa alcançar “uma operação segura e mais eficiente”, tanto para os seus colaboradores como para os seus clientes. A utilização de rotas polares, que exigem um tempo de voo consideravelmente menor, permite otimizar o número de passageiros e a carga total transportada.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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