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Aviões podem ter influenciado nevasca em uma das regiões mais quentes dos EUA

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Foto Richard Smith / Snow Bound via Wikimedia

O centro meteorológico do Aeroporto Internacional Dallas / Fort-Worth Metroplex, localizado no quente estado do Texas, nos Estados Unidos, divulgou que os aviões que operam na região podem ser a causa da rara nevasca que atingiu o local na segunda quinzena de fevereiro. Há quase 30 anos o fenômeno não era registrado na região.

O fato foi alvo de uma reportagem no jornal The Washington Post e compartilhado por diversos veículos nos EUA, como o portal View from the Wing. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o fenômeno é chamado de “efeito avião” e não é tão raro, desde que somadas as condições climáticas certas. No entanto, foi surpreendente ser registrado no sul do Texas, região em que, no verão, as temperaturas ultrapassam os 40° C.

O aeroporto informou que um balão meteorológico mostrou que a temperatura no entorno do terminal variava entre -4° C na superfície e 5° C a cerca de 2 mil metros de altura. Os dados mostram presença de uma inversão térmica, quando uma camada de ar frio, mais pesado, fica presa ao solo por uma massa de ar mais quente e leve. O fenômeno é comum em regiões com forte presença de poluentes atmosféricos.

Quando um avião altera a altitude durante uma operação de pouso ou decolagem, ele passa rapidamente de uma camada de ar para outra. Nesse momento, o vapor de água presente nos motores da aeronave congelam em cristais microscópicos que se acumulam na atmosfera.

Imagem divulgada pelo Aeroporto de Dallas mostra faixa de neve na rota de aproximação. IMAGEM: wzzm13

Além disso, o atrito da asa do avião com ar mais denso causa a formação de cristais de gelo. Quando a temperatura está baixa, esses cristais não derretem e, nas condições adequadas, caem em formato de neve quando se tornam pesados demais para ficarem suspensos no ar.

Outra razão foi captada pelos radares do aeroporto em 12 de fevereiro. Aeronaves que estavam pousando de sul para norte passaram por uma espessa camada de gotículas super-resfriadas por vários quilômetros durante a aproximação para pouso. Isso criou uma longa faixa de neve. É o chamando efeito lago, por geralmente ocorrer próximo a grandes lagos ou rios semicongelados.  

Outro agravante citado são as mudanças climáticas causadas pelo aumento da temperatura média da Terra, que altera o fluxo das correntes atmosféricas, tornando as frentes polares mais comuns e extremas, o que facilita a ocorrência mais frequente de neve em regiões onde até então ela era rara.

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