Azul informa como estão as negociações com donos dos seus aviões e fabricantes

A Azul Linhas Aéreas informa nesta segunda-feira, 15 de maio, como estão as negociações dos acordos comerciais firmados com arrendadores de suas aeronaves e com fabricantes de equipamentos originais como parte de seu plano de reestruturação permanente.

Acordos de reestruturação

Sujeito a certas condições, os acordos da reestruturação das obrigações da Azul com certos arrendadores e fabricantes contempla:

(i) A eliminação das obrigações de pagamento de arrendamento que haviam sido anteriormente diferidas durante a pandemia da COVID-19;

(ii) A redução permanente nos pagamentos contratuais de arrendamento, para novas taxas acordadas de mercado;

(iii) O diferimento de determinados pagamentos a arrendadores e fabricantes, bem como obrigações contratuais com fornecedores; e

(iv) Outras concessões, incluindo reduções nas obrigações de final de contrato de arrendamento e condições de devolução de aeronaves, eliminação de pagamentos de reservas de manutenção futuras e rescisão antecipada de determinados arrendamentos de aeronaves.

Título de dívida

Em conexão com esse plano de reestruturação, a companhia informa que, de maneira geral, arrendadores e fabricantes concordaram em receber um título de dívida sem garantia vencendo em 2030 com um cupom de 7,5% ao ano, e um instrumento conversível em ações preferencias no valor de R$36,00 por ação.

As ações estão sujeitas a um período de carência até o segundo semestre de 2024 e serão conversíveis em quatorze parcelas trimestrais, começando no final do período de carência e terminando no segundo semestre de 2027.

Os acionistas da Azul terão a oportunidade para participar do instrumento conversível de acordo com sua participação na Companhia.

O instrumento proposto de ações dos arrendadores e fabricantes possui um limite de valor máximo e mínimo, com o objetivo de minimizar a diluição para os acionistas da Azul e, ao mesmo tempo, proporcionar recuperação total para os parceiros.

A diluição decorrente do instrumento é estimada em 17,5%. Ao longo do período de conversão, se entre o segundo semestre de 2024 e o segundo semestre de 2027 o preço de mercado das ações preferenciais da Azul estiver abaixo de R$36,00 no momento da medição, a Azul poderá compensar a diferença emitindo ações preferenciais adicionais, ou através de liquidação em dinheiro, ou através de um novo instrumento de dívidas.

Se o preço de mercado das ações preferenciais for superior a certos limites, o número de ações a serem convertidas será reduzido e, portanto, a diluição será menor.

Impacto estimado dos acordos

A Azul estima que a reestruturação descrita reduzirá os pagamentos de arrendamento daqui para frente em aproximadamente R$5,4 bilhões, conforme ilustrado no cronograma abaixo:

A redução nos pagamentos anuais de arrendamento também está ilustrada abaixo:

O instrumento de ações, dados seus períodos de carência e de conversão, e as limitações de valor máximo e mínimo, será temporariamente contabilizado como um passivo. Desconsiderando esse efeito contábil, estima-se que, após a conclusão da reestruturação descrita, a dívida bruta diminua R$1,8 bilhão em comparação com a dívida bruta reportada no 1T23, como segue:

Dessa forma, com base nas estimativas acima, o índice de alavancagem da Azul, medido como dívida líquida em relação ao EBITDA dos últimos doze meses, diminuirá 0,6x, de 5,2x para 4,6x:

A tabela abaixo estima o impacto nas ações totalmente diluídas da Azul, com a emissão de ações preferenciais a R$36,00 por ação e após o término do período de conversão:

Os períodos de carência e conversão do instrumento de ações estão ilustrados abaixo. A Azul estima que o número de ações convertidas variará entre 3,2 e 7,5 milhões de ações por trimestre, em contraste com o volume médio negociado atualmente que é de aproximadamente 27,8 milhões de ações por dia:

“Estamos orgulhosos em fornecer hoje detalhes adicionais sobre os acordos comerciais anunciados em março. Como as estimativas mostram, estamos melhorando significativamente nossa estrutura de capital, reduzindo nossos passivos de arrendamento em mais de R$4 bilhões usando o IFRS16 e em mais de R$7 bilhões usando 7x aluguel. Ao mesmo tempo, estamos honrando nosso compromisso de recompensar integralmente nossos parceiros por sua confiança. Chegamos a esses acordos de maneira amigável, o que demonstra a força do nosso relacionamento duradouro e mutuamente benéfico”, disse Alex Malfitani, CFO da Azul.

A Azul descreve que está em vários estágios de finalização da documentação contratual definitiva com seus arrendadores e fabricantes para implementar os acordos mencionados, que permanecem sujeitos a certas condições incluindo as próximas etapas do plano abrangente de reestruturação, que inclui refinanciamento de dívidas e novo capital.

A companhia afirma que manterá o mercado atualizado sobre quaisquer outros progressos.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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