Azul fala sobre um transporte muito especial da ararinha azul que fez com seu avião Pilatus PC-12

Imagem: Azul Linhas Aéreas

Como mostrado pelo AEROIN no sábado, a Polícia Federal foi acionada pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICMBio para realizar escolta, durante o transporte terrestre, de exemplares de ararinhas-azuis desde Desterro de Entre Rios (MG) até o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, para o transporte aéreo delas até a Bahia.

Agora, a Azul Linhas Aéreas disponibiliza mais informações sobre essa operação, realizada junto a sua unidade logística, a Azul Cargo.

E o transporte especial, que ocorreu na última quinta-feira, 18 de maio, foi feito de uma maneira diferente. Ao invés do envio através dos porões de carga/bagagem dos voos comerciais, a aeronave utilizada foi o turboélice Pilatus PC-12, que a companhia usa como apoio logístico em suas operações.

O avião até ganhou uma adesivagem ao lado da porta, com a frase “Guardiões da Ararinha Azul”.

Imagem: Azul Linhas Aéreas
Imagem: Azul Linhas Aéreas

A aeronave decolou às 15h do BH Airport, na capital mineira, e pousou às 18h no aeroporto de Petrolina, em Pernambuco, ambos operados pela CCR Aeroportos. Depois, as aves foram transportadas por via terrestre até o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-azul, em Curaçá, na Bahia, onde serão reintroduzidas no seu habitat natural, a caatinga.

Segundo descreve a Azul, essas são as primeiras nascidas em cativeiro no Brasil e que finalmente poderão voar em liberdade na natureza.

Segundo Tariana Cruz, gerente Geral de Marketing da Azul, foram meses de planejamento para finalmente chegar esse momento único para a empresa. A complexa logística desta operação foi feita em parceria com a BlueSky, que é responsável pela criação e reintrodução das aves na natureza junto com a ONG Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP).

“É um orgulho participar de parte deste processo. A Azul cuidou deste transporte aéreo e tudo foi feito com cuidado e organização para que o voo fosse direto, evitando o máximo de estresse para as aves durante o percurso. Estamos emocionados e felizes de poder contribuir com esse projeto, que apoiamos desde 2020, por meio de ações como o avião Ararinha-azul, que é uma aeronave Embraer E2 com uma pintura especial em homenagem à espécie, feito pelo artista Luiz Pardal”, explica Tariana.

O Embraer 195-E2 com a pintura especial próximo ao Pilatus PC-12 em Confins – Imagem: Azul Linhas Aéreas
O Embraer 195-E2 com a pintura especial

“Estamos extremamente gratos pelo apoio da Azul no programa de reintrodução da ararinha-azul. A companhia tem se dedicado a disseminar a importância da conservação da espécie única e, juntos, estamos dando mais um importante passo para levar a ararinha-azul de volta ao seu habitat natural”, afirma Ugo Vercillo, diretor da Bluesky.  

Todas as ações para salvar a espécie fazem parte do Plano de ação nacional para conservação coordenado pelo ICMBio/Governo Federal. No início dos anos 2000, a ave foi considerada extinta da natureza. Foi necessária a reprodução em cativeiro para iniciar a reintrodução no seu habitat natural.

As primeiras aves foram soltas em 2022 no Refúgio, de forma gradual, e são acompanhadas por meio de rastreadores. O projeto BlueSky alerta também que é preciso atuar na conservação e preservação da caatinga, que é casa dessa e outras espécies.

“O tráfico ilegal e a destruição do meio ambiente são dois fatores que contribuíram para a ararinha-azul ser considerada extinta, por isso, nosso projeto é sermos os guardiões das ararinhas, protegendo não apenas a espécie como a caatinga”, informa Ugo.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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