No último dia 11 de junho, o Presidente Jair Bolsonaro, que estava visitando o estado do Espírito Santo, aproveitou para cumprimentar apoiadores em um voo da Azul Linhas Aéreas. O assunto migrou para a política e virou uma grande polêmica, ao ponto de deputados pedirem a presença da Azul para esclarecer o que houve.
Naquele dia, o Presidente da República, de surpresa, entrou num jato Embraer E195-E2 (PS-AED) que estava prestes a decolar da capital capixaba a Campinas (voo AD-4665), próximo das 10h30 da manhã desta sexta-feira (11). Apesar de breve, a visita do presidente causou reações mistas dos passageiros, com apoiadores celebrando e opositores lançando palavras de acusação.
A visita surpresa gerou uma grande confusão. Vários fatores foram citados, como a aglomeração, o uso indevido e não uso da máscara, o acesso de uma pessoa de fora do voo à aeronave, entre outros. Tudo isso foi um dos temas de uma Audiência Pública realizada na câmara na data de ontem, dia 29 de junho, na qual também estavam representantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
No entanto, o representante da Azul Linhas Aéreas que estava como convidado para a Audiência Pública Extraordinária, não compareceu para prestar esclarecimentos sobre a entrada do presidente em uma de suas aeronaves.
Dentre as questões debatidas na reunião virtual, o Gerente-Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados da ANVISA, Nélio de Aquino, comentou que foi aberto um processo contra a companhia, após o Deputado Alexandre Padilha questionar sobre a incursão de Bolsonaro. Disse ele:
“Tanto a empresa aérea quanto a administradora do aeroporto foram notificadas. Nós abrimos um processo administrativo sanitário. Elas já foram autuadas: a empresa aérea por permitir a aglomeração de pessoas no interior da aeronave sem o correto uso de EPI, no caso a máscara de proteção facial; e a administradora do aeroporto por permitir a aglomeração em área de check-in sem a correta utilização de EPIs. Esse processo segue o rito legal, então existe a possibilidade de a empresa apresentar esclarecimentos e depois haverá o julgamento em que se define a pena“.
Já o especialista de regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Giovano Palma, em sua fala, comentou que um processo administrativo foi implementado, solicitando informações da Azul e do Aeroporto de Vitória, de modo que uma avaliação seja feita para identificar possíveis irregularidades conta a segurança da aviação civil.
“Após este retorno do aeroporto e da companhia, nós iremos fazer a análise e, caso necessário adotar as providências administrativas cabíveis, junto a esses dois regulados da ANAC”, diz Palma.
Esse assunto ainda promete novos capítulos.
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