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A mídia disse ontem que a Azul vai adquirir mais 75 jatos Embraer; mas não é bem assim

O dia de ontem foi de grande movimentação na aviação brasileira: logo após anunciar a compra da TwoFlex, a Azul teria anunciado que vai comprar mais do que o dobro de jatos Embraer já encomendados, mas será que isso é verdade?

Embraer Azul

A primeira mídia a anunciar a compra foi o Estadão, falando que o anúncio foi feito ao Presidente da República, Jair Bolsonaro pelo CEO da Azul, John Rodgerson. Mas o número 75 nos chamou a atenção e resolvemos entender o que aconteceu na verdade. Surpreendentemente, até páginas de aviação noticiaram a notícia incorretamente.

A encomenda seria algo volumoso e importante para Embraer, que ainda tenta emplacar o E2. Além disso, iria ajudar a tirar o discurso raso de algumas partes de que “a crise na Boeing estaria afundando a Embraer e que teria sido um péssimo negócio o governo haver autorizado sua venda”.

Chamou a atenção que nem Bolsonaro e nem a Azul se pronunciaram oficialmente. A companhia aérea em nota afirmou que em breve irá falar sobre mudanças na frota, sem entrar em maiores detalhes. Por outro lado, adicionar mais 75 jatos na carteira de pedidos da Azul, seria mais que dobrar o pedido atual de 51 aviões (4 dos quais já entregues) e faria sentido se a Azul não tivesse optando por ter uma frota majoritariamente de aviões Airbus A320neo.

Mas o principal motivo para não acreditar numa encomenda de mais 75 jatos é a própria fala do John em outubro do ano passado, durante a apresentação do primeiro Embraer E195-E2 da Azul. Naquela época, o executivo já havia antecipado aos membros do Governo Federal que ampliaria a encomenda atual, chegando à 75. Como noticiamos na época, seriam 24 jatos a mais, que somados as 51 encomendas chegariam a 75.

Um número razoável e realista dado que a Azul já chegou a ter 81 jatos Embraer no ápice da fusão com a Trip.

Além disso, a Embraer não noticiou sobre a nova encomenda dos “75 novos jatos”. A maioria da empresa está “parada” devido às férias coletivas para a virada de chave, quando se tornará Boeing Brasil. Conversamos com algumas pessoas que trabalham na empresa, que também não têm notícia de nova encomenda da Azul.

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