Um balão foi avistado passando bem próximo de um avião da Azul Linhas Aéreas no Rio de Janeiro na manhã deste sábado (7). Um passageiro compartilhou as imagens e o depoimento com o AEROIN.
O objeto, que tem soltura proibida no Brasil e representa um enorme risco para a aviação, foi avistado por um passageiro que estava a bordo do voo AD-4908 de Belo Horizonte para o Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, que era operado por um jato Embraer E195 E1 da Azul.
Segundo o passageiro relatou ao AEROIN, o avião teria parado de fazer uma curva, esperada na navegação do voo, a fim de se afastar do balão enquanto sobrevoava a região de Bangu, se aproximando do aeroporto central carioca.
Dados do RadarBox indicam que o avião estava numa altitude próxima de 7 mil pés (2,1km) nesta região, e o balão estava mais alto do que a própria aeronave, como pode ser visto no vídeo abaixo.
Soltar balões não tripulados é crime no Brasil, mas a prática tem pouca punição, e com a aproximação das festas juninas no próximo mês, as ocorrências deste tipo têm aumentado:
Um balão foi avistado hoje próximo a um avião da Azul que se aproximava do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, confira: pic.twitter.com/xpLCfipMqH
— AEROIN (@aero_in) May 7, 2022
Balão é crime
“Com base no ordenamento jurídico, a soltura de balões é considerada crime em várias situações, pois coloca em risco as aeronaves, dificulta ou até inviabiliza a navegação aérea, conforme estabelecido no art 261 do Código Penal(Decreto-Lei 2.848/1940). Além disso, esta atividade pode ser considerada como crime ambiental, se enquadrado no art 42 da Lei 9.605/98, pois pode causar incêndios em áreas florestais e urbanas“, relata o Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (DECEA), órgão vinculado à FAB.
A colisão em voo de uma aeronave com um balão poderia ter efeitos catastróficos. Desta forma, soltar balões mesmo aqueles sem fogo, ditos ecológicos, representa um real perigo para a aviação por manter como principais elementos de sua periculosidade a não controlabilidade, a ausência de visualização pelos radares e a impossibilidade de interrupção do voo.
Além de efeitos adversos à segurança operacional da aviação, os balões não tripulados podem acarretar mudanças não programadas na malha aérea, impactando a pontualidade de voos e do sistema como um todo, acarretando perdas econômicas significativas e degradando a qualidade dos serviços aos usuários do transporte aéreo.
É importante citar o perigo que os balões não tripulados causam aos aeroportos, principalmente em sua área operacional que concentra aeronaves, pessoas, combustíveis e outros materiais inflamáveis.