Barra é arrastada por longo tempo por avião B737 em grave incidente operacional

Um grave incidente de falha operacional em solo tornou-se conhecido neste final de semana, através de um vídeo que mostra um avião arrastando uma barra de reboque durante seu taxiamento.

Na cena da gravação a seguir, feita a partir de um veículo de serviços aeroportuários que se deslocava no mesmo sentido, a aeronave envolvida é um Boeing 737-800 da companhia aérea Ryanair, que é visto com uma grande quantidade de faíscas sendo emitidas abaixo de seu motor direito em decorrência do ocorrido:

Conforme a descrição do canal JACDEC, especializado em análises de segurança da aviação, supostamente os pilotos do B737 teriam começado a taxiar prematuramente após o procedimento de pushback (empurrar a aeronave para trás para sair do pátio), resultando na colisão do motor direito com a barra de reboque, que ainda não havia sido removida do entorno.

Sem tomar conhecimento do que havia ocorrido, os pilotos seguiram movimentando o Boeing 737, arrastando a barra presa abaixo do motor por longa distância.

A barra presa abaixo do motor – Imagem: BaileyBob, via JACDEC

Segundo o próprio JACDEC, o local e a data exatos do incidente ainda não são conhecidos, porém, diversos usuários das redes sociais afirmam que o aeroporto parece ser o de Frankfurt, na Alemanha, tanto pela aparência do lugar quanto pelos aviões da Lufthansa parados ao fundo.

A suposição é reforçada pelo fato de que há um voo de um Boeing 737-800 da Ryanair, de matrícula 9H-QAH, que partiria de Frankfurt na madrugada da sexta-feira, 17 de dezembro (05h00 UTC), mas ficou parado no pátio por duas horas e meia (até 07h30 UTC) após ter se deslocado por cerca de 500 metros. As imagens a seguir mostram a trajetória:

A posição em que o 737-800 parou após sair para o voo – Imagem: FlightRadar24

Os detalhes de solo ao redor da posição são condizentes com o que se vê no vídeo – Imagem: FlightRadar24

O avião levado a outro terminal após a longa parada – Imagem: FlightRadar24

Após a longa parada, também como se nota nas imagens acima, o jato foi rebocado para outro terminal do aeroporto, e mais tarde um avião substituto realizou o voo. O 9H-QAH voltou a decolar apenas na tarde do dia seguinte, cerca de 40 horas após a movimentação, portanto, existe grande possibilidade de realmente ter sido este o envolvido no incidente.

A ocorrência chama atenção por sua gravidade, afinal, há uma sequência de procedimentos que são sempre seguidos, tanto pelos pilotos do voo quanto pelos trabalhadores dos serviços de solo, para mitigar o risco de situações semelhantes a esta.

Uma investigação provavelmente foi aberta para determinar em qual ou quais momentos houve falha no cumprimento dos procedimentos padrão, e qual ou quais pessoas podem ter cometido tais falhas. O objetivo, como sempre, é o de encontrar a causa do incidente e promover ações para evitar que se repitam, e não de apontar culpados para punições.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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