Bielorrússia detona relatório da ICAO sobre voo desviado da Ryanair: “não para em pé”

Avião Boeing 737-800 Ryanair
Foto: Tom Collins / Creative Commons

Na quarta-feira, a Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês), agência da ONU para a aviação, emitiu um relatório condenando a ação da Bielorrússia no caso do incidente de maio de 2021, envolvendo um avião da Ryanair que foi desviado de seu curso sob escolta de um caça, com a finalidade de prender um opositor do regime de Lukashenko.

Para a Bielorrússia, no entanto, o relatório da ICAO é “absolutamente inaceitável e desacredita a organização”, disse Artyom Sikorsky, chefe do departamento de aviação do Ministério dos Transportes da Bielorrússia.

A ICAO concluiu anteriormente que a ameaça de bomba contra o voo era deliberadamente falsa.

Este relatório não resiste ao escrutínio. É categoricamente inaceitável e desacredita a ICAO como uma agência técnica internacional que lida com a aviação civil. Discordamos categoricamente dele”, disse ele ao serviço de notícias BelTA. Ele disse que o representante da Rússia no Conselho da ICAO também discordou do relatório, apontando uma série de erros e imprecisões.

“Está escrito em todos os documentos da ICAO que qualquer investigação é realizada não para identificar quem é o responsável, mas para excluir contratempos semelhantes no futuro. E atualmente, o chamado extremismo telefônico representa uma ameaça à segurança da aviação, e isso é um problema objetivo com o qual a ICAO deveria lidar”, disse Sikorsky.

Em 23 de maio de 2021, um voo da Ryanair com destino a Vilnius (na Lituânia) foi forçado a fazer um pouso de emergência na capital bielorrussa de Minsk após uma ameaça de bomba relatada. Mais tarde, surgiram notícias de que Roman Protasevich, procurado na Bielorrússia, estava entre os passageiros do voo. Ele foi detido por agentes da lei da Bielorrússia, juntamente com a russa Sofia Sapega. 

Após o incidente, a União Europeia proibiu as companhias aéreas bielorrussas de operar voos para aeroportos da UE e usar o espaço aéreo da União Europeia e recomendou que as transportadoras aéreas europeias evitassem o espaço aéreo bielorrusso.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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