Recentemente, Bill Gates, co-fundador da Microsoft, foi questionado sobre como é possível para ele defender a mudança climática, enquanto viaja em um jato particular. Em uma entrevista com Amol Rajan, da BBC, na última semana, Gates explicou que ele compensa a pegada de carbono de sua família e investe para soluções.
Ele também argumentou que não é possível compreender os assuntos relacionados a mudança climática remotamente e disse que “não é parte do problema, mas da solução”, rechaçando a ideia de que esteja sendo hipócrita.
As emissões de viagens aéreas como um todo, contando voos de passageiros, são um contribuinte para a mudança climática, representando cerca de 4% do aquecimento global induzido pelo homem.
Os jatos particulares são 10 vezes mais “intensivos em carbono” do que os aviões comerciais, na média por passageiro, e 50 vezes mais poluentes do que os trens, de acordo com uma pesquisa da Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente (T&E). Isso ocorre porque os níveis de ocupação normalmente são baixos em jatos particulares. Além disso, eles são frequentemente usados para viagens curtas.
Gates diz que usa uma empresa de compensação de carbono financiada pela Microsoft chamada Climeworks. Esta empresa depende da captura direta de ar (DAC) para remover o CO2 diretamente da atmosfera. Embora a Agência Internacional de Energia (IEA) reconheça que o DAC é uma tecnologia importante para atingir as metas climáticas, ela também alerta que é um processo consumidor de energia e “não uma alternativa para reduzir as emissões ou uma justificativa para adiar a ação”. A Climeworks combina captura de carbono com armazenamento subterrâneo.
No final das contas, Gates está fazendo o que pode para ajudar a lutar contra a mudança climática, mas isso não significa que ele não se preocupe com as viagens aéreas e o uso de combustíveis fósseis. Por outro lado, a compensação pode ser uma solução, mas é importante lembrar que ela não é uma solução definitiva e não substitui a necessidade de reduzir a pegada de carbono.